09/11/2025 — 21:55
  (Horário de Brasília)

Operação de SC contra golpe do falso advogado prende suspeito em Cabo Frio

Ação também teve alvos em Campos dos Goytacazes e na Ilha do Governador, com criminosos que usavam nomes da OAB para aplicar fraudes

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A Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou uma operação interestadual que teve alvos no estado do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (20), com mandados cumpridos em Cabo Frio, Campos dos Goytacazes e na Ilha do Governador, na capital. A ação mirou grupos suspeitos de aplicar o golpe do “falso advogado” ou “falso precatório”, em que criminosos utilizavam nomes de profissionais da OAB e dados de processos judiciais para enganar vítimas e obter depósitos indevidos.

Nas três localidades fluminenses, foram realizadas prisões de suspeitos apontados como integrantes do esquema criminoso.

A ofensiva, batizada de Lex Falsa, foi coordenada pela Delegacia de Combate a Estelionatos de Joinville, com apoio do Núcleo de Inteligência do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) e colaboração das Polícias Civis de vários estados. No total, foram cumpridas 66 ordens judiciais, sendo 12 mandados de prisão e 27 de busca e apreensão, com alvos também em São Paulo, Ceará, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte.

De acordo com as investigações, os criminosos acessavam ilegalmente informações de processos judiciais e utilizavam documentos reais ou forjados — como sentenças e guias de pagamento — para se apresentar como representantes legais das vítimas. O golpe consistia em solicitar depósitos de custas processuais inexistentes sob a promessa de liberação de valores judiciais.

Com o avanço das apurações, os investigadores constataram que os grupos, antes concentrados em pequenas cidades do Ceará, como Fortaleza, Pacatuba e Maracanaú, ampliaram sua atuação. No Rio de Janeiro, o esquema passou a contar com integrantes locais, utilizando credenciais comprometidas de advogados e servidores da Justiça para acessar sistemas internos e obter peças processuais completas, conferindo maior sofisticação ao golpe.

Segundo a Polícia Civil, os alvos da operação são pessoas físicas e jurídicas envolvidas de forma reiterada nesse tipo de fraude. O prejuízo financeiro e o impacto na confiança no sistema de Justiça motivaram a atuação integrada entre os órgãos. Ainda de acordo com os investigadores, o uso indevido da identidade de advogados prejudica a atuação da classe e gera descrédito entre litigantes e cidadãos.

A operação contou ainda com apoio do Núcleo de Inteligência do Tribunal de Justiça de São Paulo e da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Joinville, que deu parecer favorável aos mandados expedidos pela Vara Regional de Garantias. O trabalho segue em andamento e a Polícia Civil deve aprofundar a apuração sobre os envolvidos fluminenses.

Ludmila Lopes

Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.

Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.

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