Alerj define nomes para comissão de impeachment de Witzel

Assembleia aceitou, na semana passada, denúncia contra o governador. O deputado cabo-friense Subtenente Bernardo figura entre os indicados para analisar acusação contra o governador


A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) definiu nesta terça-feira (16) os 25 deputados estaduais que farão parte da comissão especial criada para avaliar a denúncia que pede o impeachment do governador Wilson Witzel (PSC). Os nomes foram escolhidos pelas lideranças dos partidos e oficializados no Diário Oficial do Estado. O grupo de parlamentares escolhidos é heterogêneo e une desde deputados que sempre foram oposição a Witzel até acusados de corrupção. Dois dos cinco deputados presos na Operação Furna da Onça — desdobramento da Lava Jato do Rio— reeleitos em 2018 fazem parte da comissão: Marcos Abrahão (Avante-RJ) e Marcus Vinícius Neskau (PTB-RJ).

A comissão especial, composta por um representante de cada um dos 25 partidos com cadeiras na Alerj, será a responsável por recomendar ao plenário se a denúncia contra Witzel deve prosseguir ou ser arquivada. É esse relatório que será votado em plenário pelos deputados e pode resultar no afastamento temporário de Witzel por 180 dias, com a abertura do processo de impeachment. Agora, já com todos os nomes definidos, o grupo terá 48 horas para se reunir com o objetivo de escolher o presidente e o relator da comissão.

Maior partido da Alerj — e com sua bancada rachada — o PSL escolheu o deputado Gustavo Schmidt como seu representante na comissão. A escolha é uma vitória de Witzel, já que o parlamentar é um dos mais próximos do governador na legenda. Funcionário de carreira da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos), o pai do parlamentar — Gustavo Modesto Schmidt — foi promovido a um cargo comissionado de assessor da Diretoria da Região Metropolitana da empresa no começo do governo Witzel.

Já o PSC, partido do governador, indicou o Léo Vieira para o grupo. A escolha mostra o afastamento de membros mais influentes da bancada: Márcio Pacheco, líder do governo Witzel na Casa até o fim de maio, abandonou o cargo após os escândalos de corrupção na saúde. Já Bruno Dauaire, líder do partido, recusou-se a fazer a articulação do governo na Alerj após a destituição de Pacheco. O quarto integrante do PSC na Alerj é Chiquinho da Mangueira — que reassumiu o mandato recentemente após ser preso na Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio.

Um dos autores do pedido de impeachment, Luiz Paulo irá representar o PSDB. Por sua vez, o PSOL, maior bancada de oposição ao governo, indicou Eliomar Coelho para o grupo.

Comissão de impeachment da Alerj:

Luiz Paulo (PSDB)
Enfermeira Rejane (PCdoB)
Dionísio Lins (PP)
Renan Ferreirinha (PSB)
Carlos Macedo (Republicanos)
Chico Machado (PSD)
Márcio Canella (MDB)
Val Ceasa (Patriotas)
Waldeck Carneiro (PP)
João Peixoto (Democracia Cristã)
Martha Rocha (PDT)
Subtenente Bernardo (PROS)
Brazão (PL)
Marcus Vinícius (PTB)
Rodrigo Bacellar (SDD)
Marcos Abrahão (Avante)
Léo Vieira (PSC)
Alexandre Freitas (Novo)
Eliomar Coelho (PSOL)
Marina Rocha (PMB)
Valdecy da Saúde (PTC)
Bebeto (Podemos)
Dr. Deodalto (DEM)
Welberth Rezende (Cidadania)
Gustavo Schmidt (PSL)

O pedido de impeachment aceito foi o dos deputados Luiz Paulo e Lucinha, ambos do PSDB, que acusam Witzel de crime de responsabilidade. Outros 13 foram arquivados. O processo acusa o governador de:

– Compra de respiradores no combate ao coronavírus com suspeita de superfaturamento
– Construção dos hospitais de campanha, cuja licitação é investigada
– Suposto vínculo de Witzel com o empresário Mário Peixoto
– Parecer do TCE pela rejeição das contas de 2019 do governo Witzel
– Revogação da desqualificação da OS Unir Saúde, que seria ligada ao empresário Mário Peixoto e está sob suspeita do Ministério Público Federal

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