A Diretora do Teatro Municipal de São Pedro da Aldeia, Norma Almo, foi flagrada frequentando a praia do Sudoeste com a filha, na última terça-feira (12).

A servidora pública desrespeitou o decreto de isolamento municipal, instaurado no município para reduzir o contágio pelo novo coronavírus e combater a propagação da doença através de decreto municipal, e teve as imagens divulgadas na página “vaciloscovidsaopedro”, no Instagram, onde pessoas do município que quebram a quarentena ou não seguem as orientações de segurança e prevenção ao coronavírus são expostas.

Ao notar a exposição, Norma foi às redes sociais se justificar. Em tom de deboche, ela alegou ter tido um exaustivo dia de trabalho, após distribuir 8 cestas básicas em bairros humildes da cidade, e aproveitou a oportunidade pra insultar as pessoas que a gravaram, destilando comentários preconceituosos e de ataque à imprensa.

Norma dispara: “Sou daquelas que fala pro jornalista: Cala a boca, imbecil!”.

A servidora utilizou-se de insultos pejorativos como “gorda que fez bariátrica” e “vEado”, além de demonstrar total falta de respeito com aqueles que não podem realizar algumas atividades devido aos decretos de limitação do comércio. “Vai cortar cabelo! Não pode não? Então não corta. Que se dane!”, diz ela.

Em uma das postagens, Norma apresentou outras justificativas:

"Todo dia na rua com peso, ferrada da coluna, 3 meses gastando muita gasolina e ninguém registra nada" - disse ao compartilhar uma foto das cestas básicas que teria distribuido.

"Nunca cumpri isolamento, meu trabalho é na rua, trabalho social. O único lugar sem risco que estive nos últimos dias foi nesta praia deserta, se tivesse cheio não estaria" - complementou.

 

Prefeitura de São Pedro desaprova vídeo de servidora

A Prefeitura de São Pedro da Aldeia informa que desaprova o comportamento da servidora comissionada, Norma Almo da Silva, que aparece em um vídeo, veiculado em redes sociais, descumprindo um decreto municipal que proíbe a frequência em praias e lagunas. 

O prefeito Cláudio Chumbinho, que está cumprindo isolamento domiciliar por ter testado positivo para COVID-19, foi informado do fato e imediatamente contatou a secretaria na qual a servidora é subordinada para que possa convocá-la a prestar esclarecimentos. Assim que o prefeito retornar às suas atividades na Prefeitura, tomará as medidas cabíveis, que podem ser desde advertência até a exoneração da servidora.

Com relação ao teor do que foi veiculado, a Prefeitura esclarece que o vídeo reproduz a opinião pessoal da servidora, não representa o pensamento da administração pública e que ela não está autorizada a falar pelo Governo Municipal. 

A Prefeitura refuta também a maneira como a imprensa foi citada. O Governo Municipal se solidariza aos jornalistas e reconhece o importante papel da imprensa, principalmente nesse momento de pandemia, ao ajudar a divulgar à sociedade informações importantes no combate à doença, informações que são vitais para ajudar salvar vidas.

A Prefeitura de São Pedro da Aldeia reitera a importância da população em seguir as medidas preventivas determinadas para conter o avanço da propagação do coronavírus no município, como sair de casa somente em caso de necessidade e utilizar máscara de proteção facial.

 

Grupo Iguais emite nota de repúdio contras as ofensas perpetradas pela servidora pública do Município de São Pedro da Aldeia

"Na presente data a comunidade LGBTI+ repudia veementemente as ofensas descabidas lançadas nas redes sociais pela servidora pública, Norma Almo, de São Pedro da Aldeia, que numa espécie de ataque de fúria ofendeu a comunidade LGBTI+, incorrendo em típico crime de homofobia, hoje perfeitamente tipificado pelo Supremo Tribunal Federal.

Percebe-se ainda na INFELIZ fala a continuidade delitiva, não só contra a comunidade gay, mais também contras as mulheres e pessoas acima do peso, que por ora também repudiamos.

A fala repudiada lamentavelmente foi feita por uma servidora pública municipal, cabendo ao chefe do executivo aldeense se pronunciar sob pena de concordância tácita pela inércia.

Ao que se revela ainda mais indigno na fala, com típicos jargões cristãos uma faceta que não representa o Cristo que acolheu a prostituta e a mulher samaritana, ao que mais se assemelha com um discurso fascista, homofóbico, misógino, eugenista e gordofóbico, que merece ser rechaçado por todos nós.

Além disso, a falta de empatia se caracteriza na ação da repudiada, a medida que o mundo inteiro esta isolado em sacrifício pela vida, mas não parece ser essa a preocupação de quem se expõe e expõe o próximo.

O advogado Fábio Rigueira indagado sobre o ocorrido, acrescentou que a comunidade LGBTI+ vem ganhando espaço e reconhecimento após anos de árdua luta, o direito homoafetivo alcançou avanços significativos, tais como a tutela jurídica da união entre pessoas do mesmo sexo, a possibilidade de utilização do nome social pelo indivíduo transgênero, a criminalização da homofobia e mais recentemente com o fim da restrição da doação de sangue por parte de pessoas LGBTI+.

A comunidade LGBTI+ irá representar a servidora no Ministério Público e na Comissão de Direitos Humanos da OAB, com o objetivo de assegurar o cumprimento da legislação e evitar situações similares, acompanhará as investigações, bem como prestar todos os auxílios que lhe forem competentes a fim de que o ordenamento jurídico seja aplicado.

Cabo Frio, 13 de maio de 2020.

Grupo Iguais"