O prefeito de Cabo Frio Dr Adriano afirmou na tarde desta quinta-feira (16) que o Hospital da Mulher não vai fechar as portas para o atendimento. Ele conseguiu negociar a manutenção do funcionamento da unidade e disse que os itens exigidos pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) são de ordem burocrática e nenhum diz respeito a equipamentos ou insumos.
O anúncio aconteceu na recepção da unidade, logo após conselheiros do Cremerj terem determinado que os trabalhos dos médicos que atuam no local fossem suspensos "eticamente".
A medida causou pânico entre as parturientes e familiares que estavam no local naquele momento, pouco antes das 15h desta quinta. Dr Adriano, então, ligou de imediato para o presidente do Cremerj, Sylvio Neves Provenzano, e conseguiu reverter a situação.
"Jamais vamos deixar isso acontecer. Estamos trabalhando para resolver todos os problemas pontuais. São questões burocráticas. Estou fazendo uma carta de intenções para resolver os apontamentos do Cremerj. O Hospital não fecha, continua funcionando. Mas isso já era uma preocupação que tínhamos, porque durante alguns meses houve uma campanha muito grande contra o Hospital da Mulher", disse o prefeito de Cabo Frio.
Atualmente, o Hospital da Mulher - que é alvo de duas CPIs, uma na Câmara municipal e outra na Alerj, que investigam as mortes de vários bebês recém-nascidos entre 2018 e 2019.
Cerca de 1.300 atendimentos por mês e de 150 a 190 partos por mês. É a única maternidade de portas abertas e que atende toda a região.
Passada a confusão, o prefeito gravou novo vídeo explicando o problema.
CPI DA ALERJ
Representando o gabinete da deputada estadual Renata Souza (PSOL), que comanda a CPI do Hospital da Mulher na Alerj, Carolina Werkhaizer esteve na unidade de saúde e falou que a interdição não é a solução, já que põe em risco a saúde das mulheres. A CPI vai emitir em breve um comunicado oficial sobre o episódio.