Morador de Cabo Frio acusa chefe do Parque Estadual da Costa do Sol de abuso de autoridade

Idoso afirma ter sido detido enquanto buscava informações sobre uma demolição e garante que recebeu voz de prisão sem justificativa alguma. Ele também relata que alguns bens apreendidos durante a operação do Inea simplesmente sumiram no depósito do órgão


Clemir de Souza Brito, de 60 anos, morador de Cabo Frio, afirma ter sido vítima de abuso de autoridade por parte de Marcelo Morel, chefe do Parque Estadual da Costa do Sol (PECS), no momento em que buscava informações sobre uma demolição realizada no bairro Recanto das Dunas.

O idoso, que afirma ter sido detido enquanto aguardava atendimento, garante que recebeu voz de prisão sem justificativa alguma. Ele também relata que alguns móveis apreendidos durante a operação de demolição simplesmente sumiram no depósito do Inea.

De acordo com Clemir de Souza, a casa que acabou demolida pertencia a filha dele e possuia todas as documentações necessárias. Ele revelou que o imóvel havia sido notificado há 2 anos por órgãos de fiscalização, e aguardava uma decisão judicial sobre a regularidade da casa. O morador ressaltou que nenhuma ordem judicial foi apresentada durante a demolição, e que os agentes do Inea teriam agido de forma truculenta e debochada durante a ação.

"Eu fui no Inea buscar informações de como reaver os pertences da minha filha que foram apreendidos durante a operação, e percebi que faltavam alguns objetos. Fiquei aguardando alguém que me desse algum esclarecimento e, sem a menor justificativa, acabei detido e levado para a delegacia em uma viatura sob a acusação de desobediência. No fim das contas, os móveis da minha filha sumiram e ainda fui vítima de uma intimidação" - lamentou Clemir, que registrou uma ocorrência na 126ª DP relatando o ocorrido. 

Fábio Rigueira, advogado de Clemir, afirma que outras medidas legais serão tomadas:

"Vamos apresentar esse caso na Corregedoria do Inea e também vamos representar contra o Marcelo Morel na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, já que temos várias denúncias de que ele vêm adotando essa postura abusiva já há algum tempo e com diversas pessoas" - afirmou.

Marcelo Morel, chefe do Parque Estadual Costa do Sol, foi procurado pelo Portal RC24h, e se limitou a dizer que a demolição foi realizada dentro das normas ambientais vigentes:

"Eu sou um agente da lei. Cumpri a legislação ambiental. Haviam sanções administrativas e criminais em relação ao imóvel. Por ser procedimento criminal, não posso fornecer detalhes, apenas quem tem esse poder é o Ministério Público ou algum representante autorizado do Inea" - disse Morel, que não se pronunciou sobre as acusações de truculência e o sumiço dos móveis apreendidos.

Em fevereiro, Marcelo Morel também esteve envolvido em uma polêmica em Armação dos Búzios, após uma operação realizada na Praia do Forno, onde um barraqueiro também afirma ter sido vítima de uma ação abusiva realizada pelo Inea.

Na ocasião, Wilyam Quintanilha, que trabalha há 15 anos, compartilhou vídeos onde foi destratado pelo chefe do Parque Estadual Costa do Sol no momento em que ia buscar informações sobre o material de trabalho dele que havia sido confiscado sem nenhuma notificação prévia às vésperas do Carnaval. O caso repercutiu no balneário, e até mesmo vereadores e o então prefeito André Granado intercederam na questão em defesa do trabalhador.

Categorias: Cabo Frio Meio Ambiente

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