No último dia 24 de abril, uma convocação feita pelo
Sindicato dos Vigilantes e Empregados em Empresas de Segurança paralisou por um
dia os trabalhos em diversos postos do Rio de Janeiro. Essa não é a primeira
greve da categoria este ano. Em março, os vigilantes suspenderam suas
atividades e as negociações foram realizadas até o dia 16 daquele mês. Esta foi
a última reunião com o sindicato patronal. Insatisfeitos com as propostas, a
categoria decidiu retomar a greve. A paralisação de 24 de abril tinha o
objetivo que chamar a atenção sindicato patronal, que se recusou a conversar.
Diante da falta de negociações, a categoria anunciou uma nova greve, que chega,
hoje (16) a 21 dias. Agora, a falta de segurança em shoppings, comércios,
empresas, indústrias e, principalmente bancos, coloca em risco toda a população.
Segundo a Federação dos Aposentados e Pensionistas do Rio de
Janeiro (FAAPERJ), somada à paralisação dos rodoviários, a greve dos seguranças
trouxe prejuízos para os idosos que procuraram os bancos nos últimos dias. As
agências estão funcionando com menos seguranças e, com dificuldades para pegar
o ônibus até o trabalho, muitos tiveram que faltar. Dessa forma, os bancos não
puderam abrir. Ainda de acordo com a FAAPERJ, a greve dos seguranças traz
insegurança e apreensão aos idosos, que se sentem mais vulneráveis sem a
presença dos vigilantes.
Procurada para comentar as medidas que têm sido tomadas
pelos bancos para garantir a segurança de seus clientes, a Federação Brasileira
de Bancos (FEBRABAN) se manifestou por meio de nota. O texto diz que
"desde o início da greve dos vigilantes os bancos têm empreendido esforços
para assegurar o atendimento à população. As instituições financeiras exigem
das prestadoras de serviços de vigilância a colocação de funcionários nas
agências bancárias, a fim de garantir o atendimento ao público. O vigilante
integra o plano de segurança bancária, regulado pela lei federal nº 7.102/83,
do qual fazem parte ainda sistema de alarme e outros dispositivos mecânicos ou
eletrônicos de segurança".
Ainda segundo a FEBRABAN, "no final de abril, a Justiça
determinou que fosse atendido o percentual mínimo de 40% dos profissionais
vinculados aos sindicatos dos vigilantes a fim de garantir um profissional por
agência bancária nas regiões afetadas pela greve, assegurando, dessa forma, o
atendimento à população. O pedido de liminar foi feito pelo Sindicato da
Segurança Privada e Vigilância Patrimonial, e teve como parte interessada na
ação o Sindicato dos Bancos do Estado do Rio de Janeiro".
A nota também pontua: "É importante lembrar aos
usuários que existem vários canais de atendimento pelos quais podem ser feitas
operações financeiras, tais como caixas eletrônicos, internet banking, banco
por telefone, resultado de investimentos significativos em Tecnologia da
Informação - R$ 20,6 bilhões em 2013. Além disso, a população pode contar com o
suporte da rede de correspondentes, como casas lotéricas, agências dos
Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos comerciais
credenciados".
Segundo o presidente do sindicato dos vigilantes, Antonio
Carlos, o sindicato patronal se recusa a negociar. A categoria reivindica o
reajuste de 10% sobre o piso salarial, que é de R$ 987; aumento do ticket
refeição de R$ 10,10 para R$ 20,52; manutenção do adicional do risco de vida;
redução da jornada de 192 horas mensais e regulamentação do vigilante eventual
, que, em uma jornada de 12 horas, recebem uma diária de R$ 80,00 e não ganham
ticket refeição e nem vale transporte. Na última tentativa de negociação, ainda
de acordo com Antonio Carlos, foi proposto um aumento de 8% no piso salarial e
ticket refeição de R$ 13,00, recusado pelo sindicato dos vigilantes.