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“Não tem dúvida nenhuma que isso era um manguezal”, afirma coordenador do NEMA/UERJ, durante perícia no Mangue da Ogiva, em Cabo Frio

De acordo com especialista, manguezal está em processo de regeneração, mas abertura de conexões que irrigam o local são necessárias para que a recuperação seja mais rápida e potente

Um especialista em manguezais há 30 anos esteve no Mangue da Ogiva, em Cabo Frio, nesta terça-feira (10) para uma vistoria judicial que faz parte de uma Ação Civil Pública ingressada por ambientalistas do grupo ‘S.O.S. Mangue da Ogiva’ no Ministério Público.

De acordo com Mario Soares, oceanógrafo e coordenador do Núcleo de Estudos em Manguezais / NEMA da UERJ, não existe dúvida que a área que vem sendo alvo de diversos crimes ambientais se trata de um manguezal.  

“É manguezal. Todas essas árvores que estão verdes são espécies de mangue, todas as árvores que estão mortas são espécies de mangue. Não tenho dúvida nenhuma de que isso era um manguezal”.

A afirmação contraria uma declaração dada pelo Prefeito José Bonifácio durante uma entrevista ao RC Cast, onde ele afirmou que o local não era um mangue, era apenas uma salina.

O especialista afirmou ainda, que o ecossistema está em processo de regeneração e a presença de árvores grandes mostra que no local, existia uma floresta saudável, mas a recuperação do mangue vai acontecer de forma muito mais rápida e potente com a desobstrução das conexões que estão impedindo a passagem de água para o local.

O fechamento dessas conexões que impedem a irrigação do mangue foi realizado por uma empresa responsável pela construção de um empreendimento imobiliário no local. A ação foi denunciada por diversas vezes, já foi desfeita por ambientalistas e já se tornou caso de polícia, já que a empresa contrariou uma ordem judicial que suspende a concessão dada pelo INEA na parte em que autoriza a construtora a suprimir vegetação caracterizada como mangue, com aproximadamente 9,8 hectares de extensão, existente no local. Além disso, o local sofreu diversos outros danos, como corte de árvores e queimadas.

“Ele foi cortado, deliberadamente sacrificado e está em processo de regeneração. Essa regeneração vai ser muito mais rápida e potente se a gente desobstruir as conexões. Ele não está sendo morto só por ter sido cortado, como também pela conexão. Mesmo assim ele está persistindo. Ele tem potencial enorme de crescer e de se recuperar, é só abrir essa conexão, é só não matar mais e isso aqui vai se recuperar, não tem dúvida alguma”, concluiu Mario Soares.

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