22/12/2024 — 13:34
  (Horário de Brasília)

“Não consigo levar minha neta para brincar nas praças”, diz avô de Cabo Frio

Dentre 92 locais de recreação infantil, o desafio é encontrar dois que não estejam em condições deploráveis, conforme dizem munícipes

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“Não consigo levar minha neta para brincar em praças de Cabo Frio”, reclamou um aposentado da cidade. O relato, que acontece com bastante frequência, representa um pedido de ajuda dos pais e responsáveis pelas crianças cabo-frienses. Dentre as 92 praças e locais de recreação infantil na cidade, o desafio é encontrar uma que não esteja em condições deploráveis.

A denúncia da vez é sobre a Praça Ayrton Senna, no Parque Central. Conhecida como “praça do Senninha”, o local, que, mesmo perigoso para crianças, já que há muito não vê qualquer revitalização, ainda é bastante frequentado. “Dentre as poucas opções, é uma das que ainda têm brinquedos”, pontuou o avô que fez o relato inicial.

O homem, que tem uma neta de dois anos, deixa, por muitas das vezes, de levá-la para o local recreativo, onde poderia se divertir com outras crianças, pela falta de investimento por parte da Prefeitura, segundo enfatiza. Em registros, ele aponta cadeiras de pedra quebradas, cercas danificadas – com pontas cortantes para cima -, falta de grama sintética e muito mais.

Outro local que também já foi muito frequentado pelo público infantil cabo-friense é a pracinha de São Cristóvão. Balanço, gangorra, escorrega, trepa-trepa. Das várias opções, lá, sobrou apenas areia – nem grama sintética. A situação revolta quem tem filhos pequenos, como é o caso da mãe da criança de dois anos que, assim como o avô, denuncia a degradação da localidade. “Ali, pelo menos os gatos podem aproveitar para fazer suas necessidades”, ironizou uma mãe, que reafirma a denúncia feita pelo avô.

A comparação entre imagens antigas e atuais é estarrecedora. “Não parece o mesmo lugar. Pelo visto, uma das prioridades deste governo não é o lazer infantil”, conclui a mulher.

O problema na pracinha de São Cristóvão foi comunicado à prefeitura de Cabo Frio em 2021. Em nota, na época, o município informou que “devido às condições orçamentárias da cidade, não está prevista a reconstrução do espaço”. Neste ano, sobre a Praça Ayrton Senna, o discurso foi outro.

“A prefeitura de Cabo Frio informa que está em busca de parcerias com o governo do estado e a iniciativa privada para a revitalização da praças do município. As Secretarias Municipais de Obras e Serviços Públicos e de Planejamento e Desenvolvimento estão elaborando os projetos de reforma desses espaços, o que inclui Praça Ayrton Senna, no Parque Central. Devido à necessidade de parcerias, para a efetivação dos projetos, os mesmos ainda não possuem prazo para a concretização”.

Entretanto, uma das dúvidas da população é que o orçamento anual de Cabo Frio é de R$ 1,2 bilhão, podendo chegar a R$ 1,4 bi. “Não sobra quantia alguma para a revitalização das praças? É realmente necessária a parceria com iniciativas privadas?”, os denunciantes levantam a questão.

Por ora, cabe a essa mãe e avô – dentre outros responsáveis por crianças cabo-frienses – procurarem outro tipo de lazer para a criança. Ao que tudo indica, o problema, que não é atual, será adiado, assim como foi em 2021.

Ludmila Lopes

Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.

Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web. Pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco (UCB).

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