O Museu de Arte Religiosa e Tradicional de Cabo Frio (Mart/Ibram) apresenta o projeto “A Santo Antônio com Amor”, que acontece até o sábado (17), visando comemorar a data do santo casamenteiro mais popular do Brasil, com atividades que promovem as tradições e lendas da religiosidade popular. Todas as atividades são gratuitas.
O dia 13 de junho é o dia em que se comemora o dia de Santo Antônio – de Lisboa ou Pádua. Esse dilema surge diante da disputa entre as cidades onde foram marcos para sua história: Lisboa, em Portugal, onde nasceu, e Pádua, na Itália, onde morreu. O santo é de devoção dos franciscanos, esses que construíram o antigo Convento Nossa Senhora dos Anjos, hoje sede do Mart, em Cabo Frio.
Com o objetivo de comemorar a data, o museu promove um encontro simbólico com a distribuição de pãezinhos (não abençoados, apenas um recurso que remete à tradição cristã), simpatias e brincadeiras das tradicionais quermesses, festas no Sudeste em homenagem aos santos juninos: Santo Antônio, São João Batista e São Pedro. Haverá também pescaria, barraca do beijo, pula fogueira e acerte o alvo com a distribuição de prendas. Além das atividades presenciais, o Mart realiza a campanha #SelfieComSantoAntonio nas suas redes sociais.
Todas as brincadeiras estão relacionadas com os debates que hoje permeiam nossa sociedade e ocupam os museus, também remetendo ao acervo em exposição que pertenceu aos franciscanos que viveram no antigo Convento e dialogando com a exposição temporária “Da Mãe África ao Antigo Cabo Frio”.
As atividades serão realizadas gratuitamente ao longo de toda a semana. De terça-feira (13) a sexta-feira (16), das 10h às 17h, e no sábado (17), das 10h às 14h, com entrada permitida até as 13:40h.
CONFIRA AS HOMENAGENS A SANTO ANTÔNIO NO MART
O pãozinho de Santo Antônio: a distribuição do pãozinho de Santo Antônio visa a fartura. O Mart prepara uma homenagem a essa tradição distribuindo pãezinhos (não abençoados, apenas como referência simbólica) com mensagens do grande orador para os adultos e, para as crianças, pirulitos.
Pescaria: a ideia é pescar o peixe e encontrar em exposição no Museu qual imagem do acervo está na “barriga do peixe”.
Barraca do Beijo: no clima de romance do santo casamenteiro, o Mart propõe aos visitantes fazerem fotografias suas sozinhos, em duplas, com o crush, com quem desejarem… e marcarem o @museu.mart
Pula fogueira: as fogueiras variam de acordo com o santo de Junho. A de Santo Antônio é quadrada. O desafio é, ao invés de pular a fogueira, usá-la para “queimar” coisas ruins, numa vibe de amor.
Acerte o alvo: a ideia é, com a brincadeira de derrubar latas, acertar e derrubar as palavras que são prejudiciais para a boa convivência em sociedade, dando como sugestão o que seria o contrário da palavra derrubada. Por exemplo: ódio x amor.
Selfie com Santo Antônio: o Mart quer dar uma forcinha para o seu amor, para isso, propomos aos interessados fazerem uma foto com a imagem de Santo Antônio de Lisboa do Mart, postar nas redes sociais, escrever #selfiecomsantoantonio e marcar o @museu.mart.
SANTO ANTÔNIO NO MART
A imagem em terracota do século XVII, ornamenta um dos altares colaterais do Convento de Nossa Senhora dos Anjos de Cabo Frio. Sua presença é tão forte, que o espaço urbano a sua frente recebe seu nome, Largo de Santo Antônio. Marco historicamente relacionado aos frades que fundaram o convento em Cabo Frio, vindos do Rio de Janeiro, do Convento de Santo Antônio, que comemorou seus 415 anos no último dia 04 de junho.
Nascido Fernando em 1195 (falecido em 1231), o frade, agostiniano até os 25 anos, ingressou na Ordem Franciscana após se entusiasmar com os seguidores de Francisco de Assis. Tinha o desejo de se tornar missionário e foi enviado para atuar junto aos muçulmanos em Marrocos, na África. Possuía o dom da oratória, por isso, tornou-se um famoso pregador, sendo O Sermão aos Peixes uma das passagens mais conhecidas de sua vida. Por esse talento, recebeu a alcunha de Martelo dos Hereges, reconhecido como um grande defensor da fé católica. Contribuiu para deflagrar o ensino na ordem dos franciscanos, a partir do convento de Bolonha.
Mas não foi somente dentro dos muros do antigo Convento em que Santo Antônio exerceu seu carisma. O Santo também era homenageado na devoção popular, conforme as memórias do pescador de Cabo Frio, o contador de histórias Antônio de Gastão – nascido próximo ao Convento e que, quando morto, também velado no Convento. Gastão contava de Santiago e Guidinha, que montavam uma roda de jongo no dia da festa de Santo Antônio, no Largo, na frente do Convento (Antônio de Gastão Pescador de Cabo Frio. Rio de Janeiro: FUNARTE, Instituto Nacional do Folclore, 1989. – O Artista Popular e seu Meio 2).
