20/01/2025 — 18:49
  (Horário de Brasília)

Mulher denuncia Polícia Militar por abuso de autoridade na Praia das Dunas, em Cabo Frio

Caso foi registrado neste sábado (18), na Praia das Dunas

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Uma mulher, identificada como Thais de Araújo, está denunciando um suposto caso de abuso de autoridade por parte da Polícia Militar de Cabo Frio. A ocorrência foi registrada por volta das 13h deste sábado (18), na Praia das Dunas, quando um agente teria apontado o fuzil para o seu sobrinho de 13 anos.

Segundo a denúncia, a mulher, de 32 anos, estava em casa quando o sobrinho, que considera um filho de criação, chegou em prantos, dizendo que avistou uma viatura da Polícia Militar enquanto caminhava em direção à praia e cumprimentou um agente, “pedindo a bênção”.

“O policial deve ter entendido como deboche, alguma coisa assim, né? Porque hoje em dia não é comum uma atitude dessa de um jovem. Só que a nossa família, os nossos filhos tomam bênção às pessoas mais velhas, e o policial mandou ele ir para casa”, disse Thais.

Em resposta, o menino teria afirmado que estava indo à praia. Foi neste momento em que o policial teria apontado o fuzil na direção do adolescente e o mandado ir para casa. Diante da situação, ele teria saído correndo para a casa da tia, que é um comércio. “Ele entrou aos prantos, gritando, chorando muito”, pontuou a denunciante.

Inicialmente, ao perceber o estado do adolescente, pensou que algum acidente teria acontecido. No entanto, Thais conta que, quando ele explicou a situação, saiu de casa e se deparou com os vizinhos, também consternados com o ocorrido. “Quando eu saí na rua, os vizinhos estavam falando, que de fato o policial tinha apontado o fuzil pra ele. E isso indignou todo mundo que estava próximo à situação”, explicou.

Em seguida, a mulher conta que foi até os agentes, que estavam realizando uma abordagem na esquina de seu estabelecimento, e questionou o porquê deles terem apontado o fuzil para o seu sobrinho. “Eles estavam negando. Então eu falei: “olha só, aqui não tem criança, meu filho [sobrinho] está em casa aos prantos, e os vizinhos viram a atitude de vocês, e vocês apontaram sim a arma (…). Eu quero saber o porquê de vocês terem apontado a arma para uma criança”, relata.

A denunciante afirma que, em seguida, os agentes teriam começado a gritar, falar alto, mandado-a calar a boca e negar a situação. “O sargento (…) veio pra cima de mim, começou a me xingar (…) e eu fiquei rebatendo com ele”, disse, complementando: “ele teve a petulância de juntar o o corpo dele com o meu, e colar o nariz dele no meu pra me mandar calar a boca. Ele enfiou o dedo na ponta do meu nariz, e eu falei que era pra ele tirar o dedo da minha cara. Então ele disse que falava comigo como quisesse. Eu então enfiei o dedo na cara dele também e falei pra ele: ‘comigo você não fala assim. Eu sei muito bem quais são os meus deveres e também sei quais são os meus direitos. E você não tem o direito de falar comigo dessa forma'”.

Em resposta, Thais conta que o agente teria dito: “engraçado. Quando está no perrengue e precisa da polícia e chama a gente”. “Eu falei pra ele: ‘óbvio que chamo. E vou chamar quantas vezes for necessário, afinal de contas, vocês são pagos pra isso (…)’. Aí ele disse que era pra eu caçar um serviço, uma pia de louça pra lavar. Aí eu falei pra ele que faço o meu trabalho com dignidade, ao contrário dele”, destacou, afirmando que, nesse momento, o agente teria agido com truculência na abordagem com os rapazes que estava no local. “Foi aí que eu peguei o celular pra gravar a situação, só que aí já tinha acontecido muita discussão”.

Thais publicou o vídeo na internet. O caso tem gerado um intenso debate nas redes sociais, especialmente devido à discussão acalorada entre ela e os policiais. Nas imagens, Thais reafirma toda a denúncia anterior, só que com menos detalhes.

Os policiais negam as acusações e questionam: “Quando eu apontei a arma?”. Em outro momento, eles dizem que a mulher deveria ter educação. Ela responde: “Quem tem que ter educação são vocês, que são servidores! Vocês trabalham para a segurança pública!”.

Em uma parte do vídeo, um policial sugere que Thais estaria gravando a situação em busca de atenção online. Ela rebate dizendo: “Não preciso de like, sou trabalhadora! Eu ganho a minha vida com o meu suor. No batalhão a gente conversa, tá? Seus palhaços!”.

A denunciante realizou um boletim de ocorrência na DEAM de Cabo Frio. O caso foi enquadrado como injúria e abuso de autoridade. Thais afirma que está sendo assistida por uma advogada.

Diante da repercussão do caso, o Portal RC24h procurou a Polícia Militar para esclarecimentos. A corporação respondeu por meio de nota:

“A Assessoria de Imprensa da SEPM informa que o comando do 25° BPM (Cabo Frio) instaurou um procedimento apuratório e irá analisar as imagens e as circunstâncias dos fatos”.

Ludmila Lopes

Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.

Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web. Pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco (UCB).

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