O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) apresentou denúncia contra o ex-apresentador da Inter TV, Alexandre Kapiche Alonso, pelos crimes de assédio sexual e importunação sexual. As condutas teriam ocorrido dentro da emissora afiliada à Rede Globo, em Cabo Frio, onde o denunciado ocupava posição de chefia sobre a vítima.
O processo tramita na 1ª Vara Criminal da Comarca de Cabo Frio. A denúncia, protocolada em 30 de outubro de 2024, foi resultado de investigação conduzida a partir de provas testemunhais e materiais, incluindo vídeos e prints de mensagens de WhatsApp apresentados pela vítima.
De acordo com o Ministério Público, o conjunto de provas colhido demonstra de forma clara as materialidades e autorias dos delitos. Um dos vídeos anexados ao processo mostra o réu aproximando-se por trás da vítima, beijando e cheirando o pescoço sem o consentimento dela. Logo depois, ele se afasta, conversa com outra pessoa na sala e retorna para beijar novamente a vítima, que, visivelmente constrangida, não consegue reagir.
O MPRJ destaca que, pelas imagens, é possível identificar o incômodo e a imobilidade da vítima diante da investida, o que reforça a ausência de consentimento. A promotoria acrescenta que o acusado mantinha relação hierárquica superior com todas as vítimas identificadas no processo, o que teria facilitado a prática dos atos e inibido reações.
A denúncia descreve que as condutas de Alexandre Kapiche Alonso eram reiteradas, envolvendo toques indesejados, abraços forçados, beijos não consentidos e comentários de cunho sexual, todos praticados sob o manto da hierarquia funcional.
Segundo o texto, essas ações caracterizam, em tese, dois crimes distintos: o de importunação sexual, por envolver atos libidinosos praticados sem o consentimento da vítima, independentemente de relação hierárquica; e o assédio sexual, por se tratar de situação em que o agente se vale de posição de autoridade para obter vantagem ou favorecimento sexual.
Em um dos trechos da denúncia, o Ministério Público pontua que o réu “beijou o pescoço e a testa da vítima sem consentimento, roçou seu corpo contra o dela e manteve abraços longos, durante os quais ela sentiu o órgão genital dele ereto”.
Para o órgão acusador, essas ações configuram atos libidinosos não consentidos, com objetivo de satisfação sexual, enquadrando-se no tipo penal previsto no artigo 215-A do Código Penal.
O MPRJ pede que Alexandre Kapiche Alonso seja condenado nas penas previstas, considerando a reincidência das condutas e o abuso da posição hierárquica. Além da condenação criminal, o Ministério Público solicita que o réu repare os danos causados à vítima, com a fixação de um valor mínimo de indenização.
O processo segue em tramitação na Justiça, sob competência da 1ª Vara Criminal de Cabo Frio. A Justiça ainda não proferiu decisão sobre o recebimento definitivo da denúncia.
Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.
Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.
Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.

 
                                    




