O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou cinco policiais militares suspeitos de envolvimento no estupro de uma jovem de 18 anos em Saquarema. O crime aconteceu no dia 26 de abril.
Na denúncia, o promotor Paulo Roberto Mello Cunha Jr afirma que o Cabo Gerson Jucá Quirino Rolim de Paula, de forma brutal e repugnante, não apenas torturou a vítima, com agressões físicas e psicológicas, como ainda se valeu da condição de policial militar para colocá-la à sua mercê e violentá-la sexualmente.
Os outros três policiais – o Segundo Sargento Diogo Viana Lourenço, o Cabo Alexsander Moreira de Simas, o Cabo Sanclair Marinho Antunes Corecha – também foram denunciados.
Segundo o MP, eles estavam presentes durante os abusos e agressões praticados pelo Cabo de Paula com absurda indiferença e nada fizeram para coibir a conduta criminosa do colega.
O MP também denunciou um quinto policial: o Primeiro Tenente Thiago Fernandes dos Anjos, que era comandante da guarnição, mas tinha abandonado o posto sem ordem superior. Segundo o promotor, Thiago não cumpriu o dever de vigiar os colegas ao permanecer em local incerto e não sabido durante o desenrolar dos abusos e agressões.
A vítima, uma jovem de 18 anos, estava em um bar com uma amiga quando os policiais chegaram.
Três homens fugiram do local deixando para trás 13 cápsulas contendo um pó branco, que os policiais presumiram ser cocaína. Os policiais acusaram a vítima e a amiga de serem traficantes de drogas. Elas foram algemadas e colocadas na viatura. No trajeto até a delegacia, segundo a denúncia, o Cabo de Paula agrediu a vítima para que ela dissesse a identidade dos homens, dando tapas no rosto e a ofendendo.
Ainda de acordo com a denúncia, o Cabo ainda dominou a vítima e a ameaçou com um canivete para que ela tivesse relação sexual com ele. O policial permaneceu com a jovem durante 20 minutos, enquanto os outros PMs não tomaram nenhuma atitude.
No depoimento, a vítima relatou que um dos policiais foi até o local onde ela estava com o Cabo de Paula e teria dito: “você não perde essa mania”, referindo-se ao estupro como prática usual do denunciado.
O MP pediu a prisão preventiva dos quatro policiais que estavam no local do crime e que o Tenente Thiago Fernandes dos Anjos, comandante da guarnição, seja suspenso das funções enquanto durar o processo.