Os patrimônios ambientais, a cultura e os costumes dos habitantes mais antigos de São Pedro da Aldeia estão retratados na nova exposição em cartaz na Casa da Cultura Gabriel Joaquim dos Santos. A mostra “Patrimônios Aldeenses em Foco”, assinada pela pesquisadora Elizabeth Franco, apresenta ao público uma coleção de fotografias e artefatos que remontam ao período colonial, além de amostras de espécies animais mais comuns na região. A entrada é gratuita com visitação aberta de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
A exposição convida os visitantes a uma breve imersão pela história de formação do município ao retratar, por meio de fotos e objetos, as tradições, hábitos e práticas produtivas que, ao longo do século XIX, comandaram a economia local, como a exploração do sal, a pesca, a pecuária e o cultivo do café. A mostra também retrata as riquezas naturais, como a Serra de Sapiatiba, o Rio Una e a Lagoa de Araruama, bem como os patrimônios aldeenses tombados, materiais e imateriais, como a Igreja e o convento dos Jesuítas, a Casa dos Azulejos, a estação de trem, a Casa da Flor, a festa junina e a festa dos Reis de Boi.
A biodiversidade da flora e da fauna silvestre local também ganhou destaque na ambientação. No espaço, os visitantes podem tocar e observar de perto esqueletos e amostras conservadas em álcool de espécies animais típicas da região e da zona rural aldeense, como o cágado-amarelo, a fragata, o cachorro-do-mato, aranhas, borboletas e cobras, além de dezenas de fotografias de espécimes como a coruja-buraqueira, o anu branco, o biguá, a narceja, o mico-estrela, o lagarto teiú, o jacaré-de-papo-amarelo e plantas nativas.
Os registros são fruto de mais de 10 anos de pesquisas e do trabalho de Elizabeth como bióloga, colecionadora, condutora ambiental e agente cultural em prol do resgate, preservação e valorização das memórias rurais e da biodiversidade da região da Costa do Sol.
“Além das fotografias, o meu objetivo em trazer esses objetos e parte do meu acervo biológico foi dar uma visão 3D e uma experiência sensorial para os visitantes. Esperamos que a exposição desperte nas pessoas o sentimento de pertencimento e preservação dos patrimônios ambientais e culturais da nossa cidade”, destaca a pesquisadora.
Programação educativa
O evento de abertura da exposição foi marcado por uma palestra ministrada gratuitamente por Elizabeth. O conteúdo abordou o valor artístico e documental da fotografia e a sua importância como registro patrimonial e instrumento de preservação da história e da cultura de um povo. A programação contou com a presença dos alunos do terceiro ano do Ensino Médio Profissionalizante de Técnico de Administração do CIEP 146 – Professor Cordelino Teixeira Paulo, do bairro Estação.
Para o professor de Empreendedorismo, Júlio Azevedo, a participação dos estudantes contribuiu para fortalecer a proposta pedagógica da turma, que desde o mês de maio desenvolve o projeto “Sal da Nossa Terra”, voltado à inclusão social e resgate da memória e das tradições históricas, econômicas e culturais aldeenses. “A aprendizagem vai muito além do espaço escolar da sala de aula tradicional e é fundamental para eles ter essa vivência e participar desse tipo de atividade, porque eles se sentem parte do processo, empoderados e vinculados à sua identidade e à memória da cidade”, disse.
O secretário municipal de Cultura, Thiago Marques, que também acompanhou a programação, deu boas-vindas aos presentes e destacou a parceria firmada com a agente cultural. “É um prazer receber a Beth novamente aqui na Casa da Cultura para a sua estreia como expositora de fotografias. Acreditamos na importância desse trabalho e da disseminação do conhecimento, porque só quando conhecemos os nossos patrimônios podemos valorizar, preservar e fazer a nossa memória ficar viva”, ressaltou.
A Casa da Cultura fica localizada na Avenida Francisco Coelho Pereira, nº 255, no Centro da cidade.