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05/11/2024 — 02:23
  (Horário de Brasília)

Morte de homem após confusão levanta questões sobre concessão de boxes na Praça da Cidadania, em Cabo Frio

“Morte do Rolando é omissão da postura”, diz feirante que denunciou suspeito dias antes da tragédia

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A morte trágica de Andres Rolando, um idoso de 70 anos, após uma confusão por cobrança de aluguel de box, no domingo (3), abalou a comunidade de feirantes da Praça da Cidadania, em Cabo Frio e trouxe à tona preocupações sobre a concessão e o gerenciamento dos boxes no local. Rolando morreu após um desentendimento com Maycon Reis, um homem para quem sublocava o espaço.

Andres teria registrado queixa contra Maicon na 126ª Delegacia de Polícia Civil (126ª DP) na mesma manhã, por volta das 10h, devido a ameaças recebidas ao tentar receber os aluguéis em atraso.

O episódio trouxe à tona questões delicadas sobre a concessão dos boxes na Praça da Cidadania. Diversos feirantes relataram a prática de compra e aluguel de espaços, concedidos pela Prefeitura de Cabo Frio, como algo recorrente e irregular. Segundo os relatos, há indícios de que agentes da Secretaria de Posturas estariam sendo coniventes — e, em alguns casos, até participando — de um suposto esquema de facilitação.

Conforme um dos feirantes, Maycon Reis, o acusado do assassinato, usava ameaças para manter seu domínio sobre o espaço. Ele teria dois boxes na feira, um comprado e o outro alugado irregularmente, práticas que são proibidas pela prefeitura e já haviam sido denunciadas.

Um dos permissionários, Walter Lima, chegou a registrar uma denúncia formal contra Maycon Reis na última quarta-feira (30) e familiares dele mostraram o ocorrido nas redes sociais. A filha de Walter ainda alega ter sido ameaçada pelo suspeito, o que a levou a registrar um boletim de ocorrência.

Mas, contrariando o esperado, ela afirma que as denúncias foram ignoradas e eles começaram a ser perseguidos com fiscalizações. Os feirantes apontam que alguns boxes irregulares seguem abertos, enquanto apenas certos comerciantes são alvo de inspeções, alimentando a suspeita de corrupção entre agentes de fiscalização. Conforme a denunciante, o próprio Maycon também já tinha registrado denúncia contra ela, afirmando que ela vendia um produto diferente da permissão. Por isso, ela foi notificada e impedida de trabalhar, enquanto Maycon, mesmo irregular, continuou vendendo seus produtos.  

O Secretário Municipal de Posturas, Fabio Benary, respondeu às denúncias através das redes sociais, afirmando que não havia qualquer queixa registrada sobre o aluguel irregular do box antes do incidente. Ele alegou que o “alvoroço” surgiu com o início do processo de recadastramento dos boxes. No entanto, o documento apresentado pela permissionária contradiz essa afirmação, evidenciando a queixa registrada na semana antes do crime.

Em nota, a Prefeitura de Cabo Frio reforçou que o aluguel ou a venda de espaços públicos é prática ilegal e que as concessões da Praça da Cidadania estão expiradas. Um processo de recadastramento já foi iniciado, e o edital de regularização será publicado no Diário Oficial nos próximos dias. A Prefeitura garantiu que todas as denúncias devidamente documentadas serão investigadas.

Confira o vídeo completo da denúncia:

Sabrina Sá
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