Acúmulo de lixo, odor fétido e perigo noturno. Moradores do Baixo Grande, em São Pedro da Aldeia, relatam que enfrentam uma situação crítica há anos devido à instalação de um deck de plástico construído por um tradicional condomínio da região, em um aterro localizado na Avenida Luiz Sampaio.
Segundo relatos de moradores que preferem não se identificar, o deck foi construído há cerca de 10 anos, juntamente com o próprio condomínio. O problema é que, com o passar do tempo, o local teria deixado de receber manutenção, tornando-se, conforme a denúncia, um local que “só serve para assorear e ser usado como descarte de lixo, além de não ter iluminação e ser utilizado por usuários de drogas”.
“O deck foi construído por eles em via pública e não prestam manutenção”, destacou um morador, que enfatizou que tanto o aterramento quanto o deck têm “impedido o correr natural das marés, fazendo com que o local se torne um ‘mangue de lixo’. Com a escuridão, carros vêm à noite descartar entulhos e lanchas abandonadas. Nosso bairro, que é um recanto de paz, está largado”, completou.
Um dos moradores conta que procurou a Prefeitura algumas vezes para reclamar sobre o caso, destacando o abandono das lanchas, mas foi orientado a entrar em contato com a Marinha.
Diante dos fatos, o RC24h entrou em contato com a Prefeitura de São Pedro da Aldeia, com a Marinha e com o condomínio mencionado, solicitando posicionamentos sobre a denúncia. Em nota, o município informou que “já realizou uma vistoria anterior e identificou que é um deque flutuante, sem estrutura física submersa. Por esse motivo, foi permitido tanto pela Prefeitura, quanto pela Capitania dos Portos”, no entanto, que “com a demanda, uma nova inspeção será feita para avaliar e entender o melhor o caso”.
O condomínio respondeu o seguinte: “Importante saber que esse deck não foi construído e nem pertence ao condomínio e sim pela construtora que construiu o condomínio, e essa foto onde onde mostra lixo/entulho também não é do condomínio, pois o mesmo se encontra bem afastado”.
Já a Marinha informou que ” diante da denúncia recebida, deslocou prontamente uma equipe de Inspeção Naval ao local, com o objetivo de verificar in loco a existência da irregularidade apontada. Durante a vistoria preliminar, foram colhidos elementos que reforçam a necessidade de imediata adequação às normas em vigor e, diante disso, o responsável pela instalação foi formalmente notificado, estando ciente das providências que deverá adotar”.
Informou também que “insta salientar que a DelCFrio proibiu a utilização do píer flutuante e manterá o acompanhamento da situação, a fim de garantir o cumprimento das exigências legais e a segurança da navegação na área em questão”.
Confira a nota completa:
“A Marinha do Brasil (MB), por intermédio do Comando do 1º Distrito Naval , informa que a Delegacia da Capitania dos Portos em Cabo Frio (DelCFrio) tomou conhecimento, na segunda-feira (30), por meio da imprensa local, de um possível píer irregular nas proximidades do condomínio Marina Clube em Cabo Frio – RJ.
A DelCFrio informa que, diante da denúncia recebida, deslocou prontamente uma equipe de Inspeção Naval ao local, com o objetivo de verificar in loco a existência da irregularidade apontada. Durante a vistoria preliminar, foram colhidos elementos que reforçam a necessidade de imediata adequação às normas em vigor e, diante disso, o responsável pela instalação foi formalmente notificado, estando ciente das providências que deverá adotar.
Insta salientar que a DelCFrio proibiu a utilização do píer flutuante e manterá o acompanhamento da situação, a fim de garantir o cumprimento das exigências legais e a segurança da navegação na área em questão.
Cabe ressaltar que a Marinha incentiva e considera importante a participação da sociedade efetuando denúncias que podem ser feitas pelos telefones 185 (número para emergências marítimas e fluviais, além de pedidos de auxílio), (21) 2104-6119 e (21) 97515-7895 (diretamente com o Com1ºDN, para outros assuntos, inclusive denúncias) e (22) 2645-5056 (diretamente com a DelCFrio)”.



Ludmila Lopes
Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.
Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.