A ceia de Natal de 2024 está mais cara para os moradores da Região dos Lagos, seguindo a tendência nacional de aumento nos preços dos itens tradicionais. Levantamentos recentes indicam que produtos como azeite de oliva, arroz e carnes registraram as maiores altas em comparação ao ano anterior.
De acordo com dados de mercado, o azeite de oliva teve um reajuste de 34,3%, passando de R$ 84,86 em dezembro de 2023 para R$ 114,00 em outubro de 2024. O arroz também apresentou aumento expressivo de 28,5%, subindo de R$ 10,64 para R$ 13,70 no mesmo período.
As proteínas típicas da ceia não ficaram de fora das elevações. O bacalhau registrou alta de 22,5%. Carnes como lombo de porco e pernil apresentaram aumentos de 19,72% e 17,80%, respectivamente. As bebidas também sofreram reajustes. O suco pronto teve aumento de 16,4%, refrigerantes subiram 15% e a cerveja registrou alta de 14,4%. O vinho, bastante consumido nas festividades, teve um acréscimo mais modesto de 3,1%.
Especialistas atribuem essas elevações a fatores climáticos, como o fenômeno El Niño, que impactou safras globais, além da desvalorização cambial que encareceu produtos importados e insumos agrícolas. Na Região dos Lagos, consumidores têm sentido o impacto desses aumentos no orçamento familiar, especialmente em Cabo Frio, onde servidores públicos têm enfrentado a atraso no pagamento dos salários por parte da prefeitura.
Tânia Cristina, professora aposentada e moradora de Cabo Frio, contou que vai precisar mexer na poupança para realizar a ceia de Natal.
“Mesmo que tenha que tirar das minhas economias, farei a ceia, pois a data é representativa, é união, é família… Mas fico entristecida pelos colegas que não dispõe da possibilidade de mexer numa caderneta (de poupança), por exemplo, pois não sobra nada para guardar, uma vez que os salários já apresentam perdas de mais de dois anos. Tudo aumenta e o salário não tem aumento nenhum e só perde o poder aquisitivo. Os próprios estabelecimentos já estão com as propostas de parcelamento, senão as pessoas não compram… Estou aguardando o 13º para melhorar a ceia, se não sair vai ficar aquém aos anos anteriores”, lamentou.
Outros relatos semelhantes ao de Tânia têm sido registrados em Cabo Frio, onde muitos servidores públicos dependem do pagamento do 13º salário para garantir a ceia de Natal. A expectativa é de que a prefeitura cumpra os prazos e regularize os pagamentos, permitindo que as famílias possam celebrar a data com dignidade. Nas demais cidades, a tendência é que os moradores busquem alternativas para manter as tradições natalinas, adaptando o cardápio às condições econômicas atuais.
Ludmila Lopes
Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.
Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web. Pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco (UCB).