O goleiro Bruno Fernandes de Souza, que foi condenado a 22 anos de prisão pela morte de Eliza Samudio, declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições presidenciais, que acontecem no próximo dia 30.
Em vídeo que circula nas redes sociais, Bruno diz que é “a favor de um país justo, de um país honesto” e afirma ainda que sabe “que o 22”, número de Bolsonaro nas urnas, “está fazendo um bom trabalho”.
Para o goleiro, o Brasil é “um país hipócrita”. “Uma pessoa que foi condenada, ela volta a liderar um país, ela perdeu em todas as instancias e volta a liderar o país”, afirma.
Ele criticou o fato de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não ter cumprido toda a pena por condenações da Lava Jato.
“Não cumpriu a pena. E não foi inocentado. Não foi inocentado. Então, eu quero dizer o seguinte: eu cumpri minha pena e cumpro com minhas obrigações. E acho que eu também tenho o direito de voltar a exercer minha profissão”, reclamou.
As condenações a Lula, que aconteceram no âmbito da operação Lava Jato, foram anuladas em março de 2021 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou parcialidade e suspeição do juiz Sergio Moro no caso.
O goleiro disse que quer o melhor para os filhos e para as pessoas. “Não posso mudar o passado, mas posso mudar o presente, eu posso me tornar uma pessoa melhor. É isso que eu quero pro nosso país”.
“Desculpa o outro lado ai, do 13, mas aqui é 22”, finalizou.
Repercussão
Internautas e personalidades criticaram a fala de Bruno. O deputado federal de São Paulo, Alexandre Frota (PSDB), apontou: “Bruno, você sequestrou a mulher e o filho, assassinou a mãe do seu filho, sumiu com o corpo, não foi surpresa você escolher o Bolsonaro, surpresa é chamar o Lula de condenado, sendo que você é o assassino”.
Em outra publicação, ele criticou outros apoiadores do candidato do PL. “Guilherme de Pádua, Goleiro Bruno, Flor de Lis, o que os três tem em comum? Estão com Bolsonaro. Todos assassinos. Crimes que marcaram o País”.
Frotou lembrou os casos de Guilherme de Pádua, condenado a 19 anos e 6 meses de prisão pela morte da atriz Daniella Perez em 1992, e de Flordelis, julgada pelo assassinato do marido o pastor Anderson do Carmo, que foi executado a tiros em junho de 2019.
Luciana Boiteaux (PSOL), que vai assumir o cargo de vereadora do Rio no próximo ano, citou ainda o ex-jogador de futebol Robinho, condenado a nove anos de prisão por estupro na Itália, que também declarou apoio ao presidente.
“Dentre os eleitores de Bolsonaro, que acusa Lula de “ex-presidiário” temos os feminicidas Guilherme de Pádua e Goleiro Bruno, além do Robinho, condenado por estupro na Itália. Alguém mais? Misoginia pura, mesclada com hipocrisia”, afirmou.
Um internauta escreveu: “Goleiro Bruno declarando voto em Bolsonaro e falando que quer o melhor pro seu filho, isso depois de mandar matar a mãe do menino”.
Condenação de Bruno
Desde 2019, Bruno cumpre pena em prisão domiciliar por homicídio triplamente qualificado. Na última quarta-feira, 5, ele chegou a ser anunciado como reforço do Sociedade Esportiva Búzios, da Quarta Divisão do Campeonato Carioca.
No entanto, após repercussão negativa, apenas 48h depois de ter assinado o contrato com o clube, ele foi dispensado.
Bruno já defendeu times como Atlético Mineiro e Corinthians. Na época do crime, atuava pelo Flamengo, onde teve o auge da sua carreira.
*com informações de O Dia.