A empresaria Clarisse Merlet, dona da Fabrick, Transforma tecidos usados em tijolo ecológico para acabar com o desperdício. Todos os anos, na Europa, 4 milhões de toneladas métricas de têxteis são jogadas fora. Enquanto isso, o setor de construção é o maior produtor de resíduos: 227 milhões de toneladas métricas somente na França. E se, ao associar essas duas indústrias em uma abordagem circular, pudéssemos liberar locais de disposição de resíduos e cortar o custo para o meio ambiente?
Eu vou deixar aqui um documentário maravilhoso sobre esse desperdício têxtil. “Roupa dos Brancos Mortos” é a Grande Reportagem que vai estrear esta quinta-feira no Jornal da Noite, na SIC. A jornalista Amélia Moura Ramos conta como os países africanos se tornaram a lixeira de têxteis dos países ricos e quais os efeitos deste consumo excessivo de roupa. A ideia para a reportagem, recorda a jornalista, surgiu depois de o deserto do Atacama, no Peru, ter sido inundado no ano passado por milhares de peças de roupa nova de grandes cadeias de produção de moda. Amélia Moura Ramos faz referência ao mercado de roupa em segunda mão, onde cerca de 70% da roupa doada para caridade e depositada nos contentores acaba em África.As peças são provenientes de diferentes pontos do mundo, e por mais que o ato seja bem visto, “acaba por inundar muitos países africanos como o Gana, a Gâmbia, os Camarões”, provocando problemas ambientais e sociais.
“Nós produzimos e consumimos cada vez mais”, o que levou a que, em 15 anos, o mundo dobrasse o número de peças de roupa produzidas.
“Em 2000, o mundo produzia 50.000 milhões de peças de roupa, e, em 2015, passamos para 100.000 milhões”, conta Amélia Moura Santos.
A Grande Reportagem “Roupa dos Brancos Mortos” visitou o maior mercado africano de roupa em segunda mão e testemunhou os efeitos devastadores do consumo desenfreado da moda descartável.
(fonte dessa reportagem https://sicnoticias.pt/programas/reportagemsic/2022-05-12-Grande-Reportagem-SIC-textil-dos-paises-ricos-e-lixo-em-paises-africanos-25ce2cd6)
Este é o desafio assumido por Clarisse com uma ideia tão simples quanto brilhante: tijolos feitos de peças de vestuário em fim de vida. Feito exclusivamente com ingredientes de origem biológica e não poluentes, em média um tijolo fabricado pela FabBRICK contém o equivalente a duas camisetas…a controvérsias pois a produção dos tijolos recebe produtos químicos, sem falar que tem gente que diz que o material têxtil é altamente inflamável.
Uma matéria-prima que Clarisse recebe já desfiada de uma empresa que faz reciclagem de roupas. As sobras coloridas são misturadas com uma cola desenvolvida pela arquiteta, depois colocadas em um molde e comprimidas mecanicamente. Os tijolos têxteis são utilizados principalmente na decoração interna de lojas, escritórios, estabelecimentos comerciais e residências…essa cola é uma que tem tido grande especulações.
Desenvolvida especialmente para o projeto, a máquina não usa outra energia senão a da arquiteta, que a aciona com um macaco. No final do processo, os tijolos secam naturalmente por duas semanas. Eles são de travamento automático e podem ser empilhados sem se mover.
As roupas velhas ganham uma segunda vida: qualquer peça muito danificada para ser reaproveitada torna-se um excelente material de construção, oferecendo isolamento acústico e térmico. Essa é a beleza da economia circular.
aleatória de projetos Start In ESS em 2019 , Clarisse Merlet já produziu mais de 17.000 tijolos, o equivalente a 8 toneladas métricas de têxteis reciclados.
Já entregou sete obras e agora conta com a ajuda de seu primeiro funcionário. Entre seus clientes estão marcas de moda como Jules, que usa seus tijolos para fazer divisórias e unidades de armazenamento! Um verdadeiro “retorno ao remetente” para uma ilustração em tamanho real do interesse da circularidade em uma loja de roupas.
Eu era um estudante de arquitetura em busca de maneiras de construir de forma diferente”, disse Clarisse Merlet para a Brut Original. “Por isso, fiz diferentes protótipos com diferentes colas ecológicas e tentei diferentes maneiras de colocar o tecido no molde para comprimi-lo. Acabei descobrindo um protótipo que aguentou bem, reage bem ao fogo e também resiste à umidade.”
O que começou como um projeto de curso agora é o orgulho e a alegria da empresária: vencedora do concurso Faire Paris em 2017 e da convocatória de projetos Start’in ESS em 2019 , Clarisse Merlet já produziu mais de 17.000 tijolos, o equivalente a 8 toneladas métricas de têxteis reciclados.
Já entregou sete obras e agora conta com a ajuda de seu primeiro funcionário. Entre seus clientes estão marcas de moda como Jules, que usa seus tijolos para fazer divisórias e unidades de armazenamento! Um verdadeiro “retorno ao remetente” para uma ilustração em tamanho real do interesse da circularidade em uma loja de roupas.
https://www.instagram.com/p/CXv-08qsg5u/?utm_source=ig_embed&ig_rid=fac03f80-41c5-4068-8a35-41a5c5307049 (o instagram da fabrica)
https://youtu.be/tCTHzlIUEYA?t=32 (Veja esse video)
*Paola Simões atua no mercado da moda há 17 anos. Atualmente, exerce a função de Visual Merchandising para algumas lojas da Região.
Formada em Design pela Universidade Anhembi Morumbi (SP), História da Arte pela Bircham International University e Figurino e Indumentária na instituição Senai Cetiqt (RJ)
Contatos: (22) 98851-7570 / paolasimoesmd@gmail.com / @eupaolasimoes (Instagram) Facebook/Paola Simões / @eupaolasimoes (Snapchat)
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