08/08/2025 — 02:26
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“Meu marido não era bandido”: esposa afirma que homem morto em São Pedro da Aldeia era inocente e foi confundido com traficante

Matheus Castôr, de 29 anos, foi executado a tiros a poucos metros do verdadeiro alvo; família contesta versão inicial da polícia e apresenta documentos que comprovam que ele não tinha antecedentes criminais

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A esposa de um dos homens que foram mortos a tiros nesta segunda-feira (4) em São Pedro da Aldeia, afirma que o marido foi vítima de uma execução por engano. Segundo Estela Pires, Matheus Castôr, de 29 anos, conhecido como Baiano, era trabalhador, pai dedicado e não tinha qualquer envolvimento com o tráfico de drogas. A família acredita que ele foi confundido com o verdadeiro alvo — identificado como Rômulo — morto momentos depois a cerca de 500 metros do local.

De acordo com Estela, o próprio inspetor responsável pelo caso teria reconhecido no local que Matheus não tinha antecedentes criminais, após consultar a ficha policial. Ainda assim, informações divulgadas apontavam que ele teria passagem, o que ela contesta mostrando o documento oficial. “Meu marido só era trabalhador… um homem bom, sorridente, um pai de família”, lamenta.

Baiano era conhecido e querido no bairro Parque Estoril, onde morava. Recentemente, ele e a esposa haviam comprado uma casa e celebravam a conquista. Enquanto recebia Seguro Desemprego e buscava um novo trabalho, vendia trufas para ajudar a esposa. Por isso, com ele foi encontrado com um caderno de anotações das vendas, que chegou a ser divulgado como registro do tráfico, mas era apenas das vendas das trufas. “Ele era uma pessoa muito boa, que brincava com todo mundo. Inclusive, ia fazer 30 anos no dia 20. Ele estava muito feliz com a compra da nossa casa. A minha filha leu que ele era traficante e ficou muito triste com isso”, disse Estela.

No dia do crime, Matheus havia saído apenas para comprar carne para a esposa levar para a marmita do trabalho no dia seguinte, e foi alvejado. “Recebi a ligação dizendo que meu marido estava morto com vários tiros. Ele não merecia isso. Meu marido era trabalhador, ajudava todo mundo. E eu não vou deixar que ele vá com a memória de bandido porque ele não era. Só porque era negro, não significa que era bandido”, declarou.

Ela conta ainda, que a bolsa com as anotações e o celular da vítima, e até a carne que foi comprada, desapareceram da área do crime.

O casal criava dois filhos: um adolescente de 14 anos e uma menina de 9. Ambos estão muito abalados, a menina chegou a escrever uma carta para o Dia dos Pais. Com toda a situação e com as notícias veiculadas, o pai biológico da caçula ainda ameaça pedir a guarda da filha.

A 125ª Delegacia de Polícia (125ª DP) investiga o caso. A família segue em busca de justiça.

Sabrina Sá
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