A IV Semana dos Direitos Humanos de Maricá teve, na tarde desta quinta-feira (8), um debate sobre políticas públicas para a população LGBTQIA+, na quadra da escola de samba União de Maricá, com a participação de representantes de movimentos sociais, da sociedade civil e do poder público.
Presidente do Conselho LGBT da cidade, Carlos Alves abriu o evento destacando o momento vivido no país, em que as minorias foram vítimas de desrespeito, discriminação e até de atos de violência física. “Eventos como esse que a secretaria realiza são fundamentais para restaurar o respeito entre todas as pessoas, para lembrar que ainda há muito a ser feito para dar aos LGBT oportunidades na educação, na saúde pública, no mercado de trabalho”, afirmou ele.
Em seguida o microfone foi cedido para Ana Vitória Lucena, integrante do movimento cultural Ruasia, que emocionou os presentes com uma canção sobre a discriminação sofrida por um jovem homossexual. Já o pastor Oliver Goiano lembrou que os evangélicos não têm consenso em temas relacionados à própria religião, e que essas discordâncias são naturais, mas ressaltou que todos devem sempre ter em mente o conceito de estado laico, que pauta as ações para toda a população, o que inclui a comunidade LGBT.
“Na abertura da Semana do Orgulho LGBTQIA+ de Maricá, da qual participei, eu disse e repito aqui: nós evangélicos podemos ter, e temos, discordâncias de caráter bíblico, mas todos devemos respeitar a Constituição. Se o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBT, meus colegas pastores vão ficar calados? Eu não vou. Prefiro receber as pedradas, que sempre vêm, a fingir que essa situação não existe”, disse o religioso.
A IV Semana dos Direitos Humanos de Maricá prossegue nesta sexta-feira (09/12), com eventos na aldeia indígena de Itaipuaçu, das 9h às 12h, no conjunto Minha Casa Minha Vida de Inoã, das 8h às 13h. O encerramento será no sábado (10/12), na quadra da União de Maricá, com apresentações culturais, debates e feijoada com roda de samba.
