12/12/2025 — 16:26
  (Horário de Brasília)

Laguna de Araruama se torna rota de mais de 200 aves migratórias e reforça importância da preservação ambiental

O fenômeno, revelado em pesquisa liderada por um biólogo da região - estudo que ganhou destaque em matéria exibida pela Record TV - reforça o valor ecológico da maior laguna hipersalina permanente do planeta

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A Laguna de Araruama voltou ao centro das atenções científicas e ambientais após se confirmar como rota fundamental para mais de 200 espécies de aves migratórias vindas de várias partes do mundo. O fenômeno, revelado em pesquisa liderada por um biólogo da região – estudo que ganhou destaque em matéria exibida pela Record TV – reforça o valor ecológico da maior laguna hipersalina permanente do planeta.

Segundo os levantamentos, aves raras percorrem até 20 mil quilômetros desde a América do Norte, fugindo dos invernos rigorosos do Alasca, Canadá e Nova Jersey. Outras deixam a Patagônia, as Malvinas, o extremo sul do Chile e o Delta do Prata, na Argentina e Uruguai, em busca de alimento e temperaturas mais amenas. Na Laguna de Araruama, encontram exatamente o que precisam: abrigo, descanso, áreas de reprodução e uma vasta oferta de invertebrados essenciais para sua sobrevivência.

A pesquisa identificou 214 espécies no entorno, entre residentes e migratórias. Destas, 208 não estão ameaçadas, mas alguns nomes chamam atenção na lista de risco, como o Flamingo, o Pinguim-de-Magalhães, o Flamingo Grande dos Andes, o Sairá-Sapucaia e o Gavião-Pombo-Pequeno.

Os dados mostram ainda que:

  • 77% das aves são residentes;
  • 6% são naturais do Brasil;
  • 15% são visitantes regulares de diferentes partes do continente;
  • 1% são vagantes;
  • 1% são espécies introduzidas.

Apesar das polêmicas recentes sobre poluição, o ecossistema da laguna ainda sustenta uma rica cadeia alimentar, especialmente nas faixas marginais e manguezais – áreas que funcionam como verdadeiros berçários naturais. Praias com certificação Bandeira Azul e territórios de garças também foram apontados como ambientes estratégicos.

Para especialistas, a recuperação ambiental registrada nos últimos anos tem sido decisiva para a retomada da biodiversidade local. O biólogo Henrique Abraão destaca que a preservação precisa ser contínua, principalmente para espécies sensíveis, como o colhereiro, o trinta-réis-de-bico-vermelho, o flamingo e o formigueiro-do-litoral, uma ave endêmica que só existe entre Saquarema e Cabo Frio e que corre risco de extinção.

Além disso, a migração anual traz riscos: se as aves chegam e encontram destruição de áreas naturais por causa de especulação imobiliária, desmatamento ou obras irregulares, toda uma população pode ser comprometida. Por isso, o alerta dos pesquisadores é claro: manter as faixas marginais, proteger manguezais e garantir a saúde da laguna é essencial para o equilíbrio ecológico.

A orientação aos moradores e turistas também é direta: não tocar em aves debilitadas ou mortas. Em caso de avistamento, a recomendação é acionar imediatamente o Programa de Monitoramento de Praias, responsável por recolher e avaliar os animais com segurança – especialmente diante do risco de transmissão de doenças, como a gripe aviária.

Do espetáculo das espécies migratórias ao desafio da preservação, a Laguna de Araruama reafirma seu papel como um dos mais importantes santuários ecológicos do país – e um patrimônio natural que exige cuidado constante.

Confira a matéria completa:

Sabrina Sá
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