O turismo é o carro chefe da economia da Região dos Lagos, e em Cabo Frio não é diferente. No último dia 27 de setembro, aconteceu o Fórum de Turismo, no qual houve o debate de planejamento da temporada, sendo mencionados roteiros de mergulho e pesca esportiva. Para que as atividades atraiam turistas, é necessário que a cidade conte com o número elevado de alcance esgotamento sanitário, que, atualmente, cobre até 80% da Costa do Sol, de acordo com a Prolagos.
A falta de saneamento básico pode prejudicar, ou até mesmo extinguir, o turismo em determinada região, principalmente quando a atividade é realizada na água. A Lagoa de Araruama, por exemplo, antes dos anos 2000, estava em estado avançado de degradação ambiental, devido ao crescimento demográfico desordenado às suas margens.
Com a construção da Ponte Rio – Niterói, em 1974, conforme a Revista Brasileira de Geografia Econômica, houve um grande aumento do fluxo de turistas à cidade de Cabo Frio, resultando em grandes impactos ao meio ambiente, como crescimento exponencial na poluição e despejo de esgoto na Lagoa de Araruama.
A ocupação de forma caótica, sem fiscalização adequada das prefeituras banhadas pela maior laguna hipersalina em estado permanente do mundo, causou mudanças no equilíbrio ambiental, que por pouco não é recuperado. A situação apenas se regularizou com a construção dos cinturões de esgoto, estações de bombeamento e de tratamento, com capacidade para tratar 97 milhões de litros por dia nos anos 2000. Desta forma, atividades náuticas, pesqueiras e de turismo tornaram-se possíveis novamente.
O contrato com a Prolagos e Águas de Juturnaiba previa essas instalações para 2008, porém, depois de solicitações da sociedade civil, houve uma proposta para que as concessionárias que atuavam na Região dos Lagos antecipassem os investimentos em esgoto. Em 2002, após um acordo feito pelo Poder Concedente (prefeituras da área de concessão e governo do Estado), Consórcio Intermunicipal Lagos São João, Agência Reguladora (AGENERSA) e Ministério Público, foi estabelecido que concessionárias antecipariam os investimentos e adotariam o sistema no qual o esgoto corre pela drenagem pluvial e é desviado para coletores.
Dalva Mansur, ambientalista, comentou sobre o processo de recuperação da Lagoa de Araruama nos últimos anos. “Tanto Prolagos quando as Águas de Juturnaiba foram importantes nesse processo, pois acompanharam os anseios da população. Hoje em dia, está muito melhor que nos anos 2000. Na época, a Lagoa ficou cheia de algas marrons, o que dava um péssimo aspecto”.
Atividades às margens da Lagoa
Em relação aos últimos anos, da mesma forma que, ‘a observação visual mostra a melhora na Lagoa de Araruama’, como Dalva menciona, a movimentação traz a mesma sensação. Segundo Carlos Cunha, Secretário de Turismo, o fluxo de turistas pelo local aumentou com o passar dos anos. “As pessoas frequentam bastante o local, principalmente nos fins de semana. Ali virou ponto de piquenique e passeio”, afirmou.
O secretário disse também que, ainda este ano, várias atividades estão sendo formuladas para fomentar ainda mais o turismo na região. “O cais será aberto e, além de barcos, o terminal também receberá lanchas de passeio, para que as pessoas possam consumir o comércio local”, antecipou.
Para o próximo ano, está prevista a construção de um museu da pesca artesanal, no píer dos pescadores. “Também acontecerão passeios de pescas tradicionais, em que os próprios pescadores realizariam a ‘viagem’, utilizando dessa forma, o turismo comunitário”, explicou o secretário.
Além disso, eventos com música instrumental e ao vivo também vão acontecer. Ainda de acordo com Carlos, os atrativos serão criados para potencializar o local. “Precisamos chegar junto e ajudar da melhor forma possível!”, conclui.
Ludmila Lopes
Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.
Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web. Pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco (UCB).