O jovem de 19 anos que foi agredido por seguranças durante um show na Praia do Forte, em Cabo Frio, decidiu falar sobre o incidente. Ele relatou que estava tentando filmar a apresentação do cantor Oruam, na madrugada de quarta-feira (14) na estação de Carnaval montada no Bolsão da Juju, quando foi surpreendido pela brutalidade dos agentes, tanto verbal, quanto física.
“Subi em cima de um piquete que dava pra gravar o show. Não estava tentando invadir o espaço e nem fazer nada de errado, só queria filmar mesmo um pouco do show”, disse o jovem. No entanto, ele afirma que foi agredido com um cassetete de madeira na mão esquerda e sofreu um golpe na lateral do corpo, acompanhado de xingamentos. “Consegui correr, mas com dificuldade pois sentia muita dor na mão esquerda e na perna direita”, contou.
Após a agressão, o rapaz conta que procurou atendimento médico e foi diagnosticado com fraturas em dois ossos da mão esquerda. “Estava com uma dor insuportável na mão, estava roxa e muito inchada, fui para a emergência, sem socorro nenhum de quem me agrediu”, relatou. Agora, ele está afastado do trabalho por 30 dias devido aos ferimentos.
“Estou muito chateado com tudo isso. Não oferecia nenhum risco, poderiam ter falado comigo, mas já chegaram me agredindo. Tiveram outras pessoas agredidas também na covardia, despreparo total da organização do evento”, desabafa o jovem.
A vítima realizou um boletim de ocorrência sobre o caso, que ganhou repercussão após a mãe de um menino de 11 anos também relatar que o filho foi agredido por seguranças do mesmo evento.
Conforme relato da mãe, assim como outras pessoas, o menino estava olhando o show do ídolo por baixo do tapume quando tudo aconteceu e chegou a desmaiar por conta da violência.
“Foi uma covardia que eles fizeram com o meu filho, uma criança. E mesmo se não fosse uma criança, não era pra eles chegarem a fazer desse jeito. Porque eles estão ali pra apaziguar, eles estão ali como segurança, pra ajudar a população, pra não ter briga, pra não ter nada. Eles não estão ali pra bater em criança, bater em ninguém. Até porque isso não é o certo. Meu filho tem 11 anos, é pequenininho, imagina se eles matam meu filho, entendeu? Nada que eles falarem vai justificar. Hoje eu poderia estar velando o corpo do meu filho, porque ele é magrinho, pequenininho. Imagina, os caras grandão, bruto, batendo uma criança, chutando uma criança. Poderia afetar algum órgão dele, ou eu estaria velando o meu filho”, desabafou a mãe.
O menino foi socorrido por populares e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cabo Frio, onde recebeu atendimento médico. Ele teve que fazer exames de radiografia e, apesar do trauma, passa bem.
A Associação de Blocos (Abaccaf), responsável pela organização do evento, ainda não se pronunciou sobre as agressões relatadas. O evento, que contou com a presença de artistas como Cabelinho e Oruam, e ingressos chegando a R$ 300, já havia sido alvo de polêmica por fechar uma parte da Praia do Forte, uma área pública, para um evento particular. Diversas outras pessoas reclamaram sobre brigas no evento, algumas das quais necessitaram da intervenção da Polícia Militar.
Mais polêmicas
Outra polêmica também foi registrada durante o fim de semana, na noite deste sábado (17), envolvendo ex-jogador do Fluminense, Leandro Euzébio. O ex-atleta foi agredido durante uma confusão em uma festa de mega blocos carnavalescos na cidade.
Imagens feitas por foliões presentes registraram o momento em que o ex-atleta tricolor leva um soco de um dos envolvidos e tenta reagir, mas a briga é apartada por outras pessoas.
Ainda não há informações sobre o que teria motivado a confusão. Euzébio não se pronunciou sobre o caso.
Ludmila Lopes
Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.
Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.
É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.
