No sábado, dia 04, e domingo, dia 05, acontecerá o II Encontro Online de Advogadas Pretas do Brasil. Nos dois dias, serão cerca de 10 palestras sobre temas urgentes e que têm passado por mudanças devido à Pandemia. Nesta edição, o Seminário Jurídico, realizado pelo Coletivo Dororidade Jurídica, grupo idealizado pela advogada riostrense, Mariângela De Castro, tem como tema “Diversidade, Empreendedorismo Jurídico e Direito do Trabalho”. As inscrições ainda podem ser realizadas pelo link https://www.sympla.com.br/2-encontro-online-das-advogadas-pretas-do-brasil.
Durante os dois dias, os participantes vão debater temas como “A discriminação da mulher hipossuficiente na Aplicação da Lei de Drogas”; “Direito Antidiscriminatório”; “Comprovando o Assédio e o Dano Moral na Justiça do Trabalho” e “Empreendedorismo no Direito de Famílias”. “São alguns temas urgentes e que carecem de reflexões aprofundadas devido ao novo cenário deixado no momento atual de pandemia”, aponta a idealizadora do Coletivo, Mariângela De Castro.
A primeira advogada negra trans pós-graduada em Direito Militar do Brasil, a advogada, Tatiana Crispim, vai abordar como tema “Pessoas Trans a Lacuna do Poder Judiciário e o Direito Militar”. Ela, que é de São Pedro da Aldeia, vai retratar como as Forças Armadas Brasileiras, Marinha Exército e Aeronáutica ainda se posicionam quando o tema são pessoas transsexuais em seus quadros efetivos. “A minha expectativa é de visibilidade, sucesso e prosperidade. No atual momento vivido, escolhemos atingir um número maior de mulheres e jovens advogadas pretas a não aceitarem mais o pacto da escassez e exclusão”, lembra ela, que também é especialista em causas complexas ligadas às áreas Criminal e Vara de Família.
Já a advogada, Rafaela Lima, de Minas Gerais, é especialista em Direito Previdenciário, e vai abrir o evento junto com a escritora carioca Vilma Piedade. Na oportunidade, vai abordar com os participantes, a diferença que o Coletivo Dororidade Jurídica faz em sua carreira. “O grupo me ajudou a enxergar que não estou só e que posso contar com minhas pares para inovar e crescer profissionalmente. É uma forma de me sentir e fazer ser instrumento da representatividade, ocupando cada vez mais lugares”, disse a representante regional do Instituto dos Advogados Previdenciários (IAPE).
DORORIDADE JURÍDICA – O coletivo nasceu após a criação de um pequeno grupo de Whatsapp composto por advogadas pretas. Atualmente, são 42 advogadas pretas espalhadas por todo Brasil, multiplicando as vivências e buscando por mais integrantes. Entre as participantes estão: a maior referência preta em Direito Previdenciário do Brasil, Rafaella Lima; a escritora do livro “Torrente Ancestral, Vidas Negras Importam?”, Juliana Souza; e a advogada e ativista dos Direitos Humanos, coordenadora estadual Jurídica e de Comunicação do MNU-RJ e membra Fundadora do Instituto da Advocacia Negra Brasileira, Margareth Ferreira.