21/08/2025 — 20:56
  (Horário de Brasília)

IDOMED e Instituto Yduqs lançam processo seletivo Mediversidade 2025.2 com bolsas integrais para candidatos negros, indígenas e quilombolas no curso de Medicina

As oportunidades estão disponíveis para as unidades de Angra dos Reis, Ji-Paraná/RO e Rio de Janeiro

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O IDOMED (Instituto de Educação Médica), em parceria com o Instituto Yduqs, está com vagas abertas para bolsas integrais destinadas exclusivamente a candidatos negros, indígenas e quilombolas que desejam ingressar no curso de Medicina no segundo semestre de 2025. Ao todo, são 20 vagas distribuídas em quatro unidades de ensino: IDOMED Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro; IDOMED Unijipa, em Ji-Paraná – Rondônia, IDOMED Città e Vista Carioca, na cidade do Rio de Janeiro.

O ingresso será realizado exclusivamente pelo aproveitamento das notas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Para participar, os candidatos devem comprovar renda familiar mensal per capita de até cinco salários-mínimos e não possuir diploma de curso superior. As inscrições devem ser realizadas até o dia 25 de agosto pelo site econ.rio.br/mediversidade, conforme prazos previstos no calendário oficial do processo seletivo. Além de se inscrever, os candidatos deverão enviar documentação comprobatória de renda e do tipo de vaga para análise e validação.
O resultado final será divulgado em lista única, com convocação dos candidatos de acordo com a nota obtida e as vagas disponíveis por unidade. A matrícula deverá ser realizada presencialmente nas instituições participantes.


Mediversidade

Lançado em 2024 no Fórum de Diversidade do Instituto Yduqs, o Mediversidade é um programa pioneiro no Brasil que tem como objetivo tornar o ensino da medicina mais diverso e atento aos impactos dos vieses sociais. A iniciativa surgiu a partir do dado de que apenas 4,5% das ilustrações em literatura médica representam peles negras — o que evidencia lacunas no processo formativo. “A diversidade na formação médica não é apenas uma questão de representatividade, é uma resposta concreta para os desafios do sistema de saúde. O Brasil precisa de médicos que se pareçam com o Brasil. Com o Mediversidade, o Instituto Yduqs e o IDOMED se unem para garantir que jovens de grupos historicamente marginalizados tenham acesso e condições reais de permanência no curso de Medicina. A gente também trabalha para que alunos e alunas tenham uma formação médica para reduzir vieses sociais na saúde. É um programa que combina excelência acadêmica, apoio financeiro e formação cidadã, enfrentando desigualdades históricas e deixando legado”, afirma Claudia Romano, presidente do Instituto Yduqs e vice-presidente do grupo educacional Yduqs.

Com três pilares principais — Ensinar, Incluir e Mobilizar — o programa reúne metas de curto, médio e longo prazos. Entre elas: a revisão da matriz curricular dos cursos de Medicina (com 70% das unidades prevendo mudanças até 2026), a criação de um fundo para apoiar pesquisas sobre diversidade, a ampliação de vagas afirmativas para docentes e a reserva de 10% das bolsas sociais para estudantes negros, indígenas e pessoas com deficiência.
Outras ações em andamento incluem a aquisição de manequins de simulação realística com tons de pele diversos, a oferta de serviços assistenciais voltados a populações com marcadores étnico-raciais e o fomento à produção científica com foco em equidade na saúde. Em abril de 2024, por exemplo, o programa passou a apoiar projetos de pesquisa científica sobre diversidade nas 18 unidades de Medicina do IDOMED.

“O Mediversidade é mais do que uma iniciativa, é um movimento contínuo de transformação. Temos o dever de garantir que nossos futuros médicos compreendam e respeitem a pluralidade da população brasileira, especialmente no cuidado com as populações mais vulnerabilizadas”, destaca Silvio Pessanha Neto, CEO do IDOMED.

Em junho deste ano, também dentro do escopo da iniciativa, foi lançado um curso de letramento étnico-racial voltado a estudantes, docentes, colaboradores e profissionais da saúde. Gratuito, online e com 40 horas de carga horária, o conteúdo foi desenvolvido pelo médico Fleury Johnson, especialista em Clínica Médica e fundador do Instituto DIS (Diversidade e Inclusão na Saúde). Os quatro módulos tratam de temas como autoconhecimento, manifestação do racismo na prática clínica, estratégias de enfrentamento e o papel de cada pessoa no processo de transformação institucional. Ao final do curso, os participantes que concluírem todas as atividades propostas receberão certificação de 40 horas, reconhecida para fins acadêmicos e profissionais.

Sabrina Sá
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