O governo revogou o ato normativo que alterava as regras de fiscalização da Receita Federal, após repercussão negativa e muita disseminação de notícias falsas. O anúncio foi feito na tarde desta quarta-feira (15), pelo Ministério da Fazenda, depois de uma reunião com o presidente Lula (PT). Agora, as regras de fiscalização para acima de R$ 5.000,00 para pessoas físicas, iniciadas em janeiro, param de valer.
A Medida Provisória (MP) que equipara o pagamento em Pix ao pagamento em dinheiro também será editada pelo governo.
“O estrago está feito, inclusive senadores e deputados agindo contra o Estado brasileiro. Eles vão responder por isso”, afirmou o ministro Fernando Haddad, que ainda classificou a onda de boatos e desinformação que ganhou as redes sociais nos últimos dias como “manipulação de opinião pública”.
Segundo Haddad, a MP vai focar na proteção e garantia do Pix e para evitar dúvidas que têm sido levantadas desde que as novas regras entraram em vigor. “Para não dar força aos mentirosos, que podem conturbar a aprovação da MP, essa normativa sai de cena para que os parlamentares olhem para o que é importante”, disse.
Você não pode cobrar a mais porque a pessoa está pagando em Pix. Pix é dinheiro, é dinheiro instantâneo na conta da pessoa
Fernando Haddad, sobre repercussão
O ministro seguiu defendendo, no entanto, uma fiscalização mais rigorosa por parte da Receita. “Em todo lugar do mundo se combate o crime com inteligência. Nenhuma empresa séria quer ser usada como meio pelo crime organizado”, justificou.
Haddad alfinetou o senador Flávio Bolsonaro (PL), lembrando que o parlamentar teve processo aberto após uma investigação da Receita Federal. “Ele está reclamando da Receita? Ele foi alvo da Receita”, afirmou.
“A MP blinda o Pix”, afirmou Jorge Messias, advogado-geral da União. Segundo ele, foi uma determinação do presidente para evitar que “pessoas de boa-fé” sigam “caindo em golpes”.
Messias disse que a AGU vai acionar a Polícia Federal para investigar pessoas que “agiram contra a economia popular”. O objetivo é apurar e mapear tanto as pessoas que repercutiram notícias falsas como as pessoas que praticaram golpe, como o uso de documentos e mensagens falsas com a logomarca da Receita Federal.
Com UOL