Um levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP) revelou uma queda de 26,3% nos homicídios dolosos de mulheres no Estado do Rio de Janeiro em 2024. O “Panorama da Violência Contra a Mulher 2025”, lançado pelo Governo do Estado, indicou que 140 mulheres foram vítimas desse tipo de crime no último ano, em comparação com 190 registros em 2023. Apesar da queda nos homicídios, o número de feminicídios segue preocupante: 107 mulheres foram mortas por questões de gênero, e outras 370 sofreram tentativa de assassinato.
O documento também destaca outros tipos de violência que atingem as mulheres no estado. Em 2024, 5.013 mulheres registraram casos de estupro, enquanto 390 foram vítimas de importunação sexual. Além disso, 278 procuraram a Polícia Civil para denunciar supressão de documentos, 4.780 relataram difamação e 37.571 sofreram constrangimento ilegal.
A presidente do ISP, Marcela Ortiz, destacou que a divulgação dos dados tem como objetivo tornar acessíveis as informações sobre violência de gênero, além de embasar políticas públicas de prevenção. Segundo ela, o levantamento contribui para iniciativas como as promovidas pela Secretaria de Estado da Mulher, a Patrulha Maria da Penha e as Delegacias de Atendimento à Mulher (Deams).
Medidas de combate e rede de acolhimento
O estado do Rio de Janeiro conta com uma rede de proteção voltada às vítimas de violência, que inclui o aplicativo Rede Mulher, o Programa Acolhe, abrigos sigilosos e o Ônibus Lilás, que leva atendimento a regiões sem infraestrutura adequada. Além disso, foi criado o Observatório do Feminicídio, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, e implantado o SerH (Serviço de Educação e Responsabilização do Homem), voltado para a reeducação de agressores.
Outra ação implementada é o “Protocolo Não é Não! Respeite a decisão”, que estabelece diretrizes para acolhimento de vítimas de violência em espaços de grande circulação, como eventos e casas de shows. A iniciativa já capacitou mais de 260 pessoas em diversos municípios do estado.
A Patrulha Maria da Penha – Guardiões da Vida, da Polícia Militar, atua diretamente na proteção de mulheres com medidas protetivas. Em cinco anos, o programa realizou mais de 343.300 atendimentos e assistiu 91.261 mulheres.
A Polícia Civil também mantém uma estrutura especializada no atendimento a mulheres vítimas de violência, com 14 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher que funcionam 24 horas por dia e seis Núcleos de Atendimento à Mulher. Em 2024, o Departamento Geral de Atendimento à Mulher registrou 36.739 ocorrências, sendo 22.710 relacionadas a pedidos de medidas protetivas.
O relatório completo está disponível para consulta no site do ISP (www.rj.gov.br/isp).
Ludmila Lopes
Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.
Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.
