19/09/2025 — 18:51
  (Horário de Brasília)

Gestão fiscal de 2024: Cabo Frio tem pior resultado na Região dos Lagos; Saquarema, Iguaba e Araruama lideram ranking

Estudo da Firjan mostra baixo investimento e dependência de repasses no estado do Rio

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As cidades da Região dos Lagos encerraram 2024 com um cenário de forte contraste na gestão fiscal, segundo o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF). Enquanto municípios como Saquarema, Iguaba Grande e Araruama obtiveram desempenho acima da média estadual, Cabo Frio terminou o período em situação crítica.

Melhores desempenhos

Saquarema, Iguaba Grande e Araruama alcançaram nota máxima no indicador de Gastos com Pessoal e se destacaram também por destinar maior percentual da receita para investimentos públicos, cenário que contrasta com a maioria dos municípios fluminenses. Esses resultados ajudaram a elevar a média regional no IFGF, que fechou em 0,5817 ponto – acima da média do estado (0,5587).

Na análise dos indicadores, a Região dos Lagos apresentou os melhores números em Liquidez (0,7718) e Gastos com Pessoal (0,7623), sugerindo capacidade de honrar compromissos no curto prazo e flexibilidade orçamentária.

Piores resultados

Cabo Frio registrou a pior situação fiscal da região. O município terminou 2024 com autonomia crítica, forte comprometimento do orçamento com despesas obrigatórias – alcançando nota zero no IFGF Gastos com Pessoal – além de baixa liquidez e baixo nível de investimentos. O cenário foi considerado crítico pela Firjan.

A baixa Autonomia, com 0,3303 ponto, foi apontada como a principal fragilidade da Região dos Lagos, indicando que a maioria dos municípios ainda depende fortemente de transferências externas e tem dificuldade em gerar receita própria para custear despesas essenciais.

No estado do Rio de Janeiro, a média dos municípios foi de 0,5587 ponto, classificando-se em “gestão em dificuldade”. O percentual médio da receita destinado a investimentos foi de apenas 4,6% – menos da metade da média nacional (10,2%).

Apesar da conjuntura econômica favorável em 2024 e do aumento nos repasses, a Firjan alerta que muitas cidades não priorizaram investimentos. “Toda a sociedade precisa acompanhar e cobrar dos gestores maior compromisso com o dinheiro público. Não podemos aceitar esse cenário”, afirmou o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.

No Brasil, a média foi de 0,6531 ponto, considerada “boa gestão”. Ainda assim, 36% das cidades, que somam cerca de 46 milhões de habitantes, permanecem em situação difícil ou crítica.

Ludmila Lopes

Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.

Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.

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