A Festa Literária Internacional de Maricá (FLIM), que começou nesta sexta-feira (1) e seguirá até o próximo domingo (10), no Parque Nanci, vai reunir importantes escritores da África, América Central e Europa. Na próxima terça-feira (5), a partir das 18h, a roda de conversa “Memórias Angola, Cuba e Portugal” contará com a presença do angolano José Eduardo Agualusa, do português de origem angolana Valter Hugo Mãe e da cubana Teresa Cárdenas.
No dia seguinte, quarta-feira (6), o também angolano Ondjaki participará da mesa “Entre Sabores e Palavras”, ao lado de Ailton Krenak e do chef João Diamante, sob mediação do secretário de Governo de Maricá, João Maurício de Freitas.
A festa literária, conforme divulgado pelo município neste primeiro dia, tornou-se um marco na história da cidade e se consolida em 2024 pela sua abrangência nacional e internacional, com a presença desses autores.
TRÊS CONVIDADOS LUSÓFONOS COM FORTE IDENTIFICAÇÃO COM O BRASIL
Valter Hugo Mãe, cofundador da Quasi Edições, é autor de 36 livros que incluem romances, contos, poesias e literatura infantil. Ele já publicou obras de autores como Ferreira Gullar, Caetano Veloso e Adriana Calcanhoto. Mãe é ganhador dos prêmios José Saramago (em 2007, com “O Remorso de Baltazar Serapião”) e Portugal Telecom de Literatura (2012). Nascido em Saurimo, Angola, há 53 anos, ele é uma referência na literatura em língua portuguesa.
José Eduardo Agualusa, natural de Huambo, estudou agronomia e silvicultura no Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa. Desde a fundação do jornal português Público, tem colaborado com diversas publicações, incluindo a revista LER e o portal Rede Angola. Na RTP África, ele realiza o programa A Hora das Cigarras, focado em música e poesia africana, e no Brasil é cronista do jornal O Globo.
A cubana Teresa Cárdenas, com nove livros publicados, é roteirista, atriz, bailarina e ativista social. Sua motivação para se tornar escritora surgiu na infância, quando se frustrou com a ausência de personagens negras nos livros infantis. Ela é ganhadora do Prêmio Casa de Las Américas de 2005, com o romance “Perro Viejo”.
Ondjaki, pseudônimo de Ndalu de Almeida, também nasceu em Angola e completou seus estudos primário e secundário em Luanda. Formou-se em sociologia em Lisboa e obteve doutorado em estudos africanos na Itália. Em 2010, ganhou o Prêmio Jabuti de Literatura no Brasil, na categoria Juvenil, com o romance “Avó Dezanove e o Segredo do Soviético”.