A Justiça Federal do Paraná autorizou o depoimento de Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins, por videoconferência, à CPI das Pirâmides Financeiras, nesta quarta-feira (12), às 13h. Na decisão, a Seção de Execuções Penais do órgão entendeu que há “razoável fundamentação” para a presença do preso na comissão, destinada a investigar indícios de operações fraudulentas sofisticadas na gestão de empresas de serviços financeiros que prometem gerar patrimônio por meio de gestão de criptomoedas.
Preso desde agosto de 2021, na Operação Kriptos, Glaidson foi transferido, no início do ano, do Complexo Penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro, para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná, por suspeitas de continuar comandando a sua organização criminosa, mesmo atrás das grades. A GAS Consultoria Bitcoin, empresa fundada por ele e sua mulher, a venezuelana Meireles Diaz Zerpa, atraiu quase 90 mil clientes, pelas estimativas mais recentes, oferecendo taxas de juros de 10% ao mês, a pretexto de aplicar o dinheiro do investidor em criptomoedas.
O depoimento de Glaidson na CPI teve a concordância do Ministério Público Federal (MPF), responsável pela denúncia criminal contra a organização liderada pelo Faraó, e pela defesa do réu. Os advogados, no entanto, queriam a presença física de Glaidson na Câmara dos Deputados, por achar que o cliente “seria posto, forçadamente, com uniforme de presidiário, numa sala de um presídio federal, cercado por policiais penais, como objeto de execração pública em cadeia nacional, faria se configurar em abuso de autoridade”. A Justiça, porém, negou a viagem.
Para evitar constrangimentos, contudo, Glaidson, no depoimento, poderá vestir a roupa que a sua defesa julgar adequada. Para o presidente da CPI, deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade), a ida de Glaidson à comissão poderá trazer a resposta que os clientes lesados esperam há quase dois anos:
A GAS é investigada por prática ilegal de pirâmide financeira na comercialização de criptomoedas e operava de Cabo Frio, cidade do Rio de Janeiro que, por sediar empreendimentos como o de Glaidson, ficou conhecida como “Novo Egito”. O esquema movimentou cerca de R$ 38 bilhões, por meio de pessoas físicas e jurídicas no Brasil e no exterior, com promessa de remuneração de 10% ao mês com supostos investimentos em criptomoedas. Essa é a oportunidade de Glaidson esclarecer onde está esse dinheiro.
Fonte: Extra.
Ludmila Lopes
Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.
Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web. Pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco (UCB).