Em uma nova determinação, divulgada na última sexta-feira (20), a 5ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio decidiu suspender todas as ações contra a empresa de Glaidson Acácio dos Santos, a G.A.S. Consultoria e Tecnologia.
A suspensão, determinada pela juíza Maria da Penha Nobre Mauro, é válida por 180 dias corridos, até o ajuizamento do processo principal de recuperação judicial da empresa. Além disso, todas as constrições (penhoras, arrestos, sequestros e bloqueios judiciais) eventualmente existentes sobre os valores, bens, ativos, contas bancárias, corretoras de criptomoedas, “dentre outros porventura existentes nos mais variados processos espalhados em todo o Brasil em que figurem como demandadas as Requerentes, transferindo-se os valores para o Juízo universal recuperacional para que, assim, possam vir a ser objeto do devido reembolso aos investidores/credores […]”, também estão suspensas. A Justiça ainda não decidiu se aceita ou não a recuperação.
A juíza destacou na decisão que a medida é necessária para evitar que os consumidores e investidores sejam prejudicados com uma possível falência. Em 30 dias, a empresa deve apresentar um plano de recuperação judicial.
A determinação vai contra o bloqueio de bens pessoais de Glaidson e da esposa dele, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, concedido em março, pela juíza Maria Cristina de Brito Lima, da 2ª Vara Empresarial da Capital, para ressarcir ex-clientes que investiam com eles.
Segundo a investigação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), que levou à prisão de Glaidson, a G.A.S. Consultoria chegou a movimentar pelo menos R$ 2 bilhões. De acordo com a denúncia, o esquema teria se profissionalizado em 2018 e perdurado, ao menos, até 25/08/2021, quando foi deflagrada a “Operação Kryptos”, que levou Glaidson e outros suspeitos à prisão.
O arresto de bens, que garante o pagamento da parte prejudicada do processo, foi realizado para ressarcir um grupo que se uniu para processar a empresa. A associação nacional ligada à defesa do consumidor pediu à Justiça que a companhia deposite R$ 17 bilhões para ressarcir ex-clientes de Glaidson.