O dono da GAS Consultoria Bitcoin, Glaidson Acácio dos Santos, e mais 16 pessoas viraram réus nesta terça-feira (5). Eles foram denunciados por participação em um esquema ilegal de investimentos em criptomoedas (entenda abaixo).
A denuncia foi aceita pelo juiz Vitor Valpuesta da 3ª Vara Federal na segunda-feira (4). Os 17 responderão por crimes contra o sistema financeiro nacional como gestão de organização financeira sem autorização, gestão fraudulenta e organização criminosa.
De acordo com a denúncia, Glaidson teria “gerido fraudulentamente a instituição financeira por eles pretensamente operada” através da GAS e da empresa gerida por sua mulher, Mirelis Zerpa – que está foragida.
De acordo com as investigações, Glaidson e Mirelis teriam “promovido, constituído, financiado e integrado, pessoalmente, de modo estruturalmente ordenado e com divisão de tarefas, organização criminosa preordenada à prática de crimes contra o sistema financeiro, contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro auferido desses crimes, valendo-se, para tanto, de extensa rede de pessoas físicas e jurídicas, atuantes no Brasil e no exterior”.
O casal, ainda segundo as investigações, captou e geriu recursos de terceiros e ofertou valores mobiliários à margem das autoridades de controle.
10% ao mês de lucro
A GAS Consultoria Bitcoin prometia 10% de retorno do dinheiro investido por mês aos clientes e dizia obter esses ganhos no mercado de criptomoedas.
Segundo a investigação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), que levou à prisão de Glaidson, a firma nem sempre chegava a investir em bitcoins – os lucros eram pagos aos clientes enquanto o dinheiro de novos clientes captados entrava.
A investigação aponta que foram movimentados pelo menos R$ 38 bilhões pelo grupo de Glaidson.
De acordo com a denúncia, o esquema teria se profissionalizado em 2018 e perdurado, ao menos, até 25/08/2021, quando foi deflagrada a “Operação Kryptos”, que levou Glaidson e outros suspeitos à prisão.
A denúncia cita ainda que Mirellis “seria pessoa com amplo conhecimento do mercado de criptomoedas e acesso às carteiras de investimento do grupo” e que, mesmo após a operação, “teria realizado diversos e sucessivos saques, no total de 4330.737326 Bitcoins (BTC), a representar, ante cotação média de 31/08/2021, R$ 1.063.070.463,56″.
Preso em Bangu 1
Conhecido como “Faraó dos bitcoins” devido à suspeita da prática do golpe conhecido como pirâmide financeira na região de Cabo Frio, chamada de “Novo Egito”, Glaidson está preso em Bangu 1, um presídio de segurança máxima no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.
Ele estava antes na Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, também no complexo, mas foi transferido após uma vistoria encontrar picanha, linguiça e celulares na cela dele e de Tunay Pereira Lima, outro preso por suspeita de participar do esquema.
*Com informação do Portal G1