A dúvida sobre o caso suspeito de varíola dos macacos que apavorou responsáveis por estudantes da Escola Municipal Antônio da Cunha Azevedo, em Cabo Frio, na segunda-feira (23) chegou ao fim na noite desta terça (24). A prefeitura de São Pedro da Aldeia, cidade onde o aluno supostamente contaminado pela doença reside, informou, através de nota, o resultado da análise laboratorial descartou MPOX. Ele, na verdade, está com catapora.
Tudo começou quando, através de um comunicado na tarde de segunda, a Escola Antônio da Cunha Azevedo, informou que a suspensão dos dois turnos desta terça foi porque um aluno teria apresentado um atestado com diagnóstico da doença. A suspensão das aulas teve como motivação uma sanitização, com o objetivo de evitar uma possível transmissão da doença para outros alunos.
O informe também gerou grande alvoroço por conta da falta de detalhes sobre o caso, tais como data ou local de contaminação.
Após a grande repercussão do caso, a prefeitura aldeense, em nota, negou que existisse um caso diagnosticado de MPOX no município e, sim, um caso suspeito. O município informou que criança com foi atendida na UPA Pediátrica da cidade e que, desde então, foram adotados todos os protocolos recomendados pelo Estado.
A criança permaneceu em isolamento. A coleta de amostras foi realizada e encaminhada para análise laboratorial do Estado. Além disso, a equipe municipal esteve em contato com um infectologista da Fiocruz por meio de videochamada para orientações técnicas. De acordo com a prefeitura de Cabo Frio, pela avaliação, “não teria sido constatado um caso típico de MPOX”.
A amostra do menor foi colhida e enviada para o Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen). Na noite desta terça, ele foi diagnosticado com varicela. Conforme a prefeitura de São Pedro da Aldeia, “serão adotados os procedimentos recomendados para o tratamento da doença”.
Veja a nota da prefeitura:
“A Prefeitura de São Pedro da Aldeia informa que o caso suspeito de mpox no município foi descartado. De acordo com o resultado da análise laboratorial, realizada nesta terça-feira (24) pelo Laboratório Central Noel Nutels (LACEN RJ), a criança foi diagnosticada com varicela (catapora). Serão adotados os procedimentos recomendados para o tratamento da doença”.
Vacina em falta no Estado
A catapora, conhecida também como varicela, é uma infecção viral que pode ter consequências graves se não for tratada adequadamente. Apesar disso, atualmente, a vacina que combate a doença está em falta no estado do Rio de Janeiro.
Em julho deste ano, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) recebeu apenas 15 mil doses do imunizante, insuficientes para atender a demanda. Em contraste, foram entregues 100 mil doses da vacina Tetraviral, que pode ser utilizada como alternativa, conforme recomendação do Ministério da Saúde. A Tetraviral também imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola.
Os municípios fluminenses, incluindo Cabo Frio, receberam as remessas da vacina Tetraviral durante os meses de julho, agosto e setembro, mas a expectativa por novas doses da vacina contra varicela permanece incerta. Até o momento, o Ministério da Saúde não forneceu uma previsão para a chegada de mais vacinas contra a catapora.
Ludmila Lopes
Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.
Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web. Pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco (UCB).