20/01/2025 — 22:26
  (Horário de Brasília)

“Eu não morri por sorte”: Mulher sofre tentativa de feminicídio na frente da filha de 3 anos em Cabo Frio

O crime aconteceu no dia 29 de outubro, no bairro Unamar, no distrito de Tamoios

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 “Eu não morri por sorte, por Deus”. O desabafo é de Laís Monteiro Santos, de 23 anos, vítima de uma tentativa de feminicídio cometida pelo ex-companheiro, na frente da filha, de apenas 3 anos. O crime aconteceu no dia 29 de outubro, no bairro Unamar, no distrito de Tamoios, em Cabo Frio. 

A mulher teve o cabelo raspado e ficou com o rosto desfigurado após levar chutes e pontapés. Ela ainda perdeu a visão do olho esquerdo, que ficou com manchas de sangue, inchado e com diversos ferimentos.

Em entrevista ao DIA, Laís afirmou que quer justiça por tudo o que passou e pelo trauma que a filha vivenciou.

“Eu estou revoltada. Nada justifica o que ele fez na frente de uma criança de 3 anos. Ameaçar uma criança, isso não existe. É uma pessoa doente. Eu quero justiça pela minha filha, pelo que ele fez minha filha passar”, desabafou.

A vítima revelou que as agressões começaram após o agressor tentar acessar seu celular e ela não permitir.

“Na terça-feira (29), tivemos uma discussão, pois ele queria mexer no meu celular e insistiu para que eu desbloqueasse. Eu neguei e disse que eu não mexia no dele, e sempre combinamos cada um com sua privacidade. Então começaram as agressões, com muitos socos e chutes na minha cabeça, me jogou no chão me enforcando, sem que eu pudesse me defender, me arrastou para o banheiro e raspou a minha cabeça com uma máquina de cortar cabelo, mas como o meu cabelo era muito grande, ele terminou de cortar com um facão”, disse.

Segundo Laís, toda a cena aconteceu na frente da criança, que chegou a defecar na roupa, de tanto medo do homem, que também a ameaçava.

“Ela estava implorando para ele parar de me machucar. E a todo momento ele ameaçava ela, dizendo que ia nos matar. Trancou eu e minha filha no banheiro por cinco minutos. Eu achei que ele realmente ia nos matar. Minha filha se urinou e defecou nas calças, por nervoso e medo”, disse.

Depois de ser solta, a vítima correu em direção à rua e gritou por ajuda, mas não foi ouvida pelos vizinhos. Foi então que o agressor foi atrás e jogou a vítima dentro do carro, onde estava sua filha. Já no veículo, as ameaças recomeçaram.

“Ele me trouxe até minha casa e a todo momento, no trajeto para cá, dizia que ia matar eu e ela [a filha], que jogaria o carro da Ponte Rio-Niterói”, relatou.

Os dois tinham um relacionamento aberto há três meses, e era comum que ela viajasse com a filha de onde mora, em São João de Meriti, na Baixada, até a casa do agressor, em Unamar.

Com muitas dores, Laís contou, ainda, que perdeu a visão do olho esquerdo por conta das agressões.

“Estou há dias em vários hospitais e, por fim, perdi a visão esquerda. Minha filha está completamente traumatizada e precisando de ajuda psicológica. Ele ainda não devolveu os pertences dela”.

O caso foi registrado na 126ª DP (Cabo Frio) e encaminhado à Delegacia de Atendimento à Mulher de Cabo Frio. A vítima passou por um exame de corpo de delito. Laís também conseguiu uma medida protetiva.

Ainda segundo ela, ninguém sabe o paradeiro do homem desde o dia em que ele a deixou em casa, após as agressões.

Procurada para comentar o caso, a Polícia Civil não havia respondido até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

O DIA também tentou contato com o agressor, mas não obteve resposta. O espaço está aberto para eventuais manifestações. 

FONTE: O DIA

Ludmila Lopes

Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.

Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web. Pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco (UCB).

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