A histórica Estação Ferroviária do bairro Jacaré, em Cabo Frio, está prestes a se tornar um supermercado. É o que aponta a denúncia do professor e gestor ambiental Acioli Júnior. O prédio, inaugurado em 1937 e que funcionou até 1968 como um dos pontos finais da Estrada de Ferro Maricá, tem a estrutura preservada, mas, conforme relato publicado nesta terça-feira (5), carece de tombamento pelo poder público.
Acioli relatou ainda que o imóvel está à venda desde 2019, mas não há informações concretas sobre se o local foi alugado ou vendido à rede de supermercados. Independentemente disso, o fato é que a denúncia gerou grande mobilização nas redes sociais. Lucas Müller, ativista ambiental da cidade, informou que o Conselho Municipal de Patrimônio Artístico e Cultural (CMUPAC) já acompanha o caso e que encaminhou o pedido de tombamento ao Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) no meio do ano.
Lucas declarou que o prédio possui um decreto municipal de proteção e está no inventário do Inepac, mas “falta o tombamento definitivo”.
Além dessa, Cabo Frio possui outras duas estações ferroviárias históricas: a Estação Telegráfica do Fonseca, que é habitada por uma família, e a Estação Ferroviária de Campos Novos, localizada em uma área restrita da Marinha. Contudo, de acordo com Acioli, a do Jacaré era a principal da cidade, além de ser considerada a mais bonita da Estrada de Ferro Maricá.
Atualmente, segundo o historiador, um homem reside no local há anos, conservando o imóvel e mantendo as cores originais. De acordo com a Câmara de Cabo Frio, um Projeto de Lei (PL) sobre o tombamento do imóvel foi protocolado pelo vereador Davi Souza (PP) e será colocado em pauta pelo presidente Miguel Alencar (União), que reconheceu a urgência da aprovação do documento. A expectativa é de que o protocolo pressione o município a acelerar o processo.
Nas redes sociais, Davi defendeu que o Projeto de Lei (PL) tem como objetivo manter o imóvel “intacto como parte viva da nossa história”. Apesar da iniciativa, o tombamento da estação é uma atribuição do poder executivo, conforme estabelecido pela Lei Federal nº 25/1937, que regulamenta o processo de tombamento de bens de valor histórico e cultural no Brasil.
Conforme Lucas Müller, o imóvel já possui valor histórico reconhecido. A estação está incluída no inventário do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC), embora não tenha sido desapropriada. O ativista ambiental afirma que o pedido de tombamento já foi feito e está em andamento.
Diante dos fatos, o Portal RC24h entrou em contato com a prefeitura para entender o processo de venda e o que o município tem a dizer sobre o fato e aguarda retorno.
Ludmila Lopes
Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.
Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.
É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.