A Advocacia-Geral da União (AGU) avalia um ofício do deputado Federal bolsonarista, Felício Laterça (PSL-RJ), que pede que “parlamentares ou pessoas do povo” que tenham feito “ofensas ou ameaças” ao presidente Jair Bolsonaro sejam processados e, até mesmo, presos.
Ao Portal RC24h, nesta quinta-feira (4), o parlamentar afirmou que não foi um pedido direcionado para o presidente da República, mas também aos comandantes da Câmara e do Senado em caráter institucional e não pessoal.
No pedido à AGU, segundo o jornal O Globo, o parlamentar citou vídeos publicados por opositores ao presidente e pediu que a advocacia busque citações ofensivas a Bolsonaro nas redes sociais, para que o Ministério da Justiça seja oficiado e determine a prisão em flagrante dos autores.
Ainda de acordo com informações do jornal O Globo, Laterça cita o caso de Daniel Silveira (PSL-RJ) para embasar o seu pedido. O deputado bolsonarista foi preso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após atacar a Corte e seus ministros, além de defender a volta do AI-5.
O deputado Felício Laterça disse à reportagem que a decisão do STF de prender Daniel foi "inusitada" e afirmou que "pau que dá em Chico, tem que dar em Francisco". O parlamentar destacou o nivel dos xingamentos contra os presidentes da República, Câmara e Senado para justificar o pedido feito à AGU.
Sobre atualizações do pedido, Laterça contou que não recebeu nenhuma até o momento e viu, através da imprensa, que o material estava sendo avaliado pela AGU.
A Advocacia-Geral da União foi questionada pelo O Globo, mas preferiu não comentar o assunto. “Por razões de eventual estratégia a ser levada a juízo, se for o caso, pedimos a sua compreensão para a impossibilidade de a AGU comentar o assunto no momento”, disse em nota.
REPERCUSSÃO NAS REDES SOCIAIS
Na publicação com a matéria na página da revista Fórum, os comentários mostraram bastante descontentamento com a proposta do deputado.
Alguns dos internautas acusaram o deputado de censura e outros chegaram a afirmar que não haveria cadeia o suficiente no Brasil para comportar os críticos de Bolsonaro.
Houve ainda quem apontasse contradições na narrativa com um vídeo do presidente na época das Eleições de 2018 incitando a violência ao falar sobre “fuzilar a petrallhada” do Acre.
*com informações do site da revista Fórum