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29/11/2024 — 07:23
  (Horário de Brasília)

Credores da Universidade Cândido Mendes manifestam contra corte de direitos

Os manifestantes, incluindo aqueles ligados à unidade de Araruama, demonstraram descontentamento com o quarto aditivo ao plano de recuperação judicial da faculdade, que sugere um deságio de 90% para créditos trabalhistas acima de R$10 mil

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Na manhã desta quinta-feira (30), uma manifestação organizada por credores trabalhistas, em sua maioria ex-funcionários, aconteceu em frente ao campus central da Universidade Cândido Mendes (UCAM), localizado na Rua da Assembleia. O protesto foi motivado pelo descontentamento com o quarto aditivo ao plano de recuperação judicial da faculdade, que sugere um deságio de 90% para créditos trabalhistas acima de R$ 10 mil. Quem recebe R$ 20 mil, receberá R$ 2 mil.

Os credores, incluindo aqueles ligados ao campus da UCAM em Araruama, convocados por uma chamada geral, expressaram descontentamento com a redução proposta dos valores a receber, considerando-a injusta, principalmente para ex-funcionários com décadas de serviço que não receberam o FGTS na demissão. Eles também criticaram a gestão das unidades da universidade, e a venda de ativos da instituição a preços abaixo do valor de mercado.

Entre as demandas estava a revogação das procurações ao advogado Frederico Price, contratado pela reitoria, e a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária que atendesse aos interesses dos credores. A situação das vendas diretas de ativos da universidade, sem leilões competitivos, e a representação de credores trabalhistas no comitê gestor, principalmente o caso do diretor da unidade de Niterói, que ocupa um cargo nomeado pela reitora, foram apontadas como áreas de preocupação.

Representantes dos credores estão preparando um requerimento de falência da universidade e o apresentarão até a próxima terça-feira (5).

Diante dos fatos, o RC24h entrou em contato com a Universidade Cândido Mendes, em busca de um posicionamento sobre o caso. Em nota, foi enviada a seguinte resposta:

“Em atenção à sua solicitação, esclareço que, de fato, ontem ocorreu uma manifestação com cerca de 10 pessoas, todos ex-empregados da Instituição. Eles expressaram, em linhas gerais, contrariedade ao aditamento ao plano de recuperação judicial da UCAM, apresentado em outubro.

Ao contrário do divulgado, o aditamento preserva o percentual de deságio já pactuado anteriormente, mas cria uma regra de deságio progressiva para os credores que desejarem, concedendo-lhes prioridade de recebimento durante a alienação de ativos.

Além disso, o aditamento estabelece a obrigação das recuperandas de aportarem mensalmente um percentual de sua receita para o cumprimento de suas obrigações.

A Universidade Cândido Mendes está em negociação direta com as entidades que representam seus credores, especialmente com o sindicato dos professores e com a Associação de Professores e Funcionários (PROCAM), que podem confirmar a existência de uma linha de diálogo e negociação.

Os ex-empregados, embora não participem de entidades representativas, também foram convidados a se reunirem com a direção da UCAM, conforme a conveniência de suas agendas. No entanto, isso ainda não ocorreu porque não fomos procurados para agendar uma reunião.

Não houve, de que tenhamos notícia, qualquer menção pelos manifestantes a tema relativo à gestão de unidades, notadamente à nossa sede no município  de Araruama, gerida pelo Prof. Wilson Dimani, há bastante tempo”.

Ludmila Lopes

Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.

É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.

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