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23/11/2024 — 22:13
  (Horário de Brasília)

Coordenadora LGBTQIA+ é vítima de transfobia em São Pedro da Aldeia

Laysa Jotha relata ofensas e ameaças de desconhecido nesta quarta (24); suspeito foi detido por injúria racial

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Laysa Jotha, coordenadora LGBTQIA+ em Saúde de São Pedro da Aldeia, foi vítima de um caso de transfobia na tarde desta quarta-feira (24). Ela passava próximo da Rua Doutor Antônio Alves, quando foi surpreendida por um homem desconhecido, visivelmente alterado, que a xingou de “viado” e “traveco” e a ameaçou.

A vítima conta que o incidente não teve qualquer motivação específica e que foi uma ofensa tão inesperada que, inicialmente, demorou a entender que o indivíduo estava dirigindo as ofensas à sua pessoa.

Laysa relata que questionou ao indivíduo se era com ela mesma. Em resposta, ele teria afirmado e proferido mais xingamentos. A vítima comentou ainda que várias pessoas estavam presentes na rua no momento do ocorrido, entretanto, ninguém quis servir de testemunha.

Diante disso, Laysa acionou a Guarda Civil Municipal de São Pedro da Aldeia, que prontamente atendeu ao chamado.

“Aí eu falei assim: ‘eu vou ligar para a polícia’. Ele [respondeu] que poderia ligar para quem quiser. (…) Aí eu liguei para a guarda, ao invés da polícia, porque seria mais rápido. Aí, quando ele viu que realmente estava ligando, porque eu acho que ele já está acostumado a fazer umas graças com as pessoas e ninguém fazer nada, (…) aí ele: ‘ué, você me chama de preto, de macaco, eu tenho que me defender’. Então eu falei: ‘Eu? Eu [só] passei aqui, você está doido'”, explicou Laysa.

Em seguida, ao perceber que, de fato, a guarda atenderia à ocorrência, o indivíduo evadiu-se do local.

A vítima conta que, assim que a guarnição chegou ao local, explicou toda a situação, entrou na viatura e, junto com os guardas, deu uma volta pela região em busca do indivíduo. Nesse meio tempo, ele teria retornado ao lugar de início, onde a guarnição o encontrou e abordou.

Para a condução do elemento à delegacia, não foi necessário o uso de algemas, entretanto, foi solicitada outra viatura para realizar a condução de Laysa. Nesse meio tempo, na frente dos guardas, o homem teria proferido novas ofensas transfóbicas. Foi então que um dos agentes aceitou servir de testemunha.

Posteriormente, todos foram encaminhados à 125ª Delegacia de Polícia (125ª DP), onde Laysa prestou seu depoimento. Lá, o homem, que não portava documentos, não quis se identificar. Em determinado momento, ao ser questionado, o indivíduo afirmou que já teria sido “namorido” de Laysa, mas sequer soube dizer qual era seu nome.

Diante dos fatos, o homem permaneceu detido em flagrante por injúria racial e poderá enfrentar pena de prisão.

“Foi uma situação muito chata, né, eu que lido com essas situações de combate à LGBTIfobia e já acompanhei vários casos, lógico que a gente fica triste com cada caso, né? Mas você sentir na pele é um outro sentimento, principalmente gratuito, né”, contou Laysa, que ficou muito abalada com o caso, complementando: “foi um constrangimento muito grande, eu fiquei muito triste”, concluiu.

Ludmila Lopes

Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.

É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.

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