O Governo Federal está analisando cuidadosamente a situação climática no Estado do Rio Grande do Sul para tomar uma decisão sobre as provas do Concurso Nacional Unificado (CNU), marcadas para este domingo (5). Existe a possibilidade de adiamento em todo o Brasil.
A decisão final do Governo Federal deve ser tomada até o final desta semana.
Desde segunda-feira (29), fortes chuvas atingem as cidades gaúchas. Até o momento, mais de 67 mil pessoas foram atingidas e 24 pessoas morreram. O governador gaúcho, Eduardo Leite, já decretou estado de calamidade pública.
Questionado, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), que organiza o CNU, emitiu uma nota informando que está acompanhando a situação no estado com uma equipe in loco e em diálogo com autoridades locais.
“Qualquer alteração logística necessária nas cidades atingidas será anunciada pelo Ministério da Gestão”, pontuou, destacando que “passou o dia todo analisando a situação e estudando possibilidades”.
Diante do cenário, existem algumas soluções possíveis, como o adiamento das provas em todo o país ou apenas para o Rio Grande do Sul.
Porém, os editais do concurso não preveem a remarcação da data das provas. Os documentos trazem a possibilidade de devolução da taxa de inscrição em situações supervenientes, peculiares ou desastres naturais.
De acordo com o item 11.16 do edital de abertura, “o candidato afetado por problemas logísticos, durante a aplicação das provas do Concurso Público Nacional Unificado, poderá solicitar a devolução do valor pago a título de taxa de inscrição em até cinco dias úteis após o dia de aplicação das provas”.
Já o item 11.16.1 do documento diz que “são considerados problemas logísticos, para fins de devolução do valor pago a título de taxa de inscrição, fatores supervenientes, peculiares, eventuais ou de força maior, como: desastres naturais (que prejudiquem a aplicação do CNU devido ao comprometimento da infraestrutura do local), falta de energia elétrica (que comprometa a visibilidade da prova pela ausência de luz natural) que incorra em comprovado prejuízo imprevisível e insuperável ao candidato”.
As provas do Concurso Nacional Unificado serão aplicadas em 228 cidades brasileiras. A seleção bateu um recorde, com a marca de 2.144.435 inscritos confirmados em todo o país. A disputa é por 6.640 vagas imediatas para diferentes cargos de níveis médio e superior de 21 órgãos do Poder Executivo Federal.
Essas oportunidades estão agrupadas por oito blocos temáticos, que representam as áreas de Políticas Públicas Brasileiras. Só foi possível se candidatar para um dos blocos temáticos.
Governador do RS fala que aplicação das provas está inviabilizada
Em entrevista na quarta-feira (1), o governador Eduardo Leite, informou que a aplicação das provas do Concurso Unificado no estado está inviabilizada. Ele declarou que iria solicitar o adiamento ao Governo Federal.
“Vamos recomendar, sim, ao Governo Federal que essa situação seja contornada de alguma forma. Esse concurso ficou completamente inviabilizado neste fim de semana para a população gaúcha. Vamos solicitar que seja encaminhado algum tipo de solução para o Concurso Nacional Unificado. Não sei avaliar qual neste momento, mas tenho a confiança de que será dado algum tipo de solução pelo Governo Federal, para não punir a população gaúcha, que pretendia participar do concurso e que vai ter restrições neste momento por conta das condições climáticas que romperam estradas e afetaram famílias, que têm transtornos incontáveis nessas localidades”, disse.
Ao todo, o Rio Grande do Sul registrou 80.348 inscritos para o Concurso Nacional Unificado. O estado tem dez cidades para aplicação das provas:
- Bagé;
- Caxias do Sul;
- Farroupilha;
- Passo Fundo;
- Pelotas;
- Porto Alegre;
- Santa Cruz do Sul;
- Santa Maria;
- Santo Angelo; e
- Uruguaiana.
A decisão do Governo Federal sobre as provas também deve levar em consideração o aspecto político. Uma vez que cancelar as provas no Rio Grande do Sul e possibilitar a devolução da taxa seria uma forma de impedir que os candidatos dos locais atingidos pelas fortes chuvas participassem do concurso.
Por outro lado, manter a aplicação em todo o país e remarcar apenas para o Rio Grande do Sul poderia ferir o princípio da isonomia em concursos, que preza pela igualdade para todos.
Provas do Concurso Unificado serão em dois turnos
Os candidatos do Concurso Unificado serão avaliados por provas objetivas e discursivas nos turnos da manhã e da tarde. Confira os horários:
Turno da manhã
- Abertura dos portões: 7h30
- Fechamento dos portões: 8h30
- Início da aplicação: 9h
- Término da aplicação: 11h30
- Término da aplicação para candidatos que necessitem de tempo adicional para realização das provas e tenham solicitado no ato da inscrição: 12h30
- Duração da prova: 2h30
Turno da tarde
- Abertura dos portões: 13h
- Fechamento dos portões: 14h
- Início da aplicação: 14h30
- Término da aplicação: 18h
- Término da aplicação para candidatos que necessitem de tempo adicional para realização das provas e tenham solicitado no ato da inscrição: 19h.
- Duração da prova: 3h30
No turno da manhã, os inscritos nos blocos de nível superior (1 a 7) deverão responder a 20 questões objetivas de Conhecimentos Gerais e a uma questão dissertativa de Conhecimento Específico.
Para o bloco de nível médio (8), os participantes farão 20 questões de múltipla escolha e uma redação.
No período da tarde, para os blocos de nível superior (1 a 7), serão cobradas 50 questões objetivas de Conhecimentos Específicos.
Já os candidatos no bloco de nível médio (8) farão mais 40 questões objetivas.
Será eliminado quem obtiver aproveitamento inferior a 40% da pontuação nas provas objetivas de Conhecimentos Gerais e Específicos ou nota zero na prova discursiva.
Fonte: Folha Dirigida.
Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida e pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco.
Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.
É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.
