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23/11/2024 — 06:35
  (Horário de Brasília)

Concurso de Macaé tem duas questões anuladas por conteúdo considerado machista e misógino

Perguntas comparavam mulheres a robôs e ironizavam o hábito de "falarem demais"

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Duas questões do concurso público de Macaé, aplicado no último domingo (13), foram anuladas por conta do conteúdo considerado machista e misógino. Com mais de 40 mil inscritos, a polêmica ganhou destaque nacional, com a prefeitura da cidade solicitando explicações à Fundação Getúlio Vargas (FGV), banca responsável pela confecção das questões, e com a Câmara de Vereadores aprovando uma moção de repúdio contra a instituição nesta terça-feira (15).

As questões denunciadas foram as de número 1 e 4 de Língua Portuguesa do Módulo I da Prova Tipo 3, destinadas aos cargos de Professor A, Professor AEE e Professor A (Tradutor e Intérprete). Com teor discriminatório, uma das perguntas pedia que os candidatos identificassem a frase que “não apresentava uma crítica ao fato de a mulher falar demais”. Em outra questão, os participantes tinham que analisar frases comparativas, sendo uma das opções a expressão: “as mulheres são como robôs: têm no cérebro uma célula a menos e, no coração, uma célula a mais”.

Em nota, a prefeitura de Macaé repudiou o conteúdo considerado ofensivo e solicitou explicações à FGV. O município também explicou que não teve qualquer participação na elaboração das questões, uma vez que essa é uma atribuição exclusiva da banca contratada.

“Vale ressaltar que, cumprindo a lisura do processo e os critérios de confidencialidade, as questões de prova não são aprovadas previamente pela prefeitura, sendo restritas à banca Examinadora contratada, a FGV”, destacou a prefeitura.

Já a Câmara de Vereadores, na sessão desta terça-feira (15), aprovou uma moção de repúdio à banca examinadora. A ideia partiu do vereador Guto Garcia (MDB), que é professor.

“As questões foram totalmente misóginas (…) Hoje é o Dia do Professor e as mulheres são maioria entre os candidatos. É preciso ter respeito”. Imediatamente, o presidente Cesinha (Cidadania) pediu para que a moção fosse assinada por todos os vereadores.

Para a vereadora Iza Vicente (Rede), o caso é muito grave. “Sou mulher e tenho muito orgulho disso. Como aluna de mestrado da FGV, tenho a certeza que isso não é a base da instituição. Essa prova foi feita por alguém irresponsável. Lamento porque essa banca é renomada, mas espero que os responsáveis sejam demitidos”, defendeu.

Em um comunicado oficial, a FGV informou que anulou as questões 1 e 4 de Língua Portuguesa do Módulo I da Prova Tipo 3, aplicada para os cargos de Professor A, Professor AEE e Professor A (Tradutor e Intérprete). Segundo a fundação, as perguntas “foram retiradas por não estarem de acordo com seus princípios institucionais”.

Ludmila Lopes

Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.

É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.

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