Diferenciar as notícias reais das fake news em nossas redes sociais não é fácil. Usuários maliciosos manipulam a psicologia contra nós para nos fazer assumir que as fake news são reais.
Como podemos evitar sermos confundidos por fake news na era digital? Nossas redes sociais são bombardeadas por informações e é quase impossível distinguir o que é real e o que não é uma informação confiável. Seguindo as teorias da cognição humana e das ciências comportamentais, podemos aplicar técnicas de processamento de linguagem natural a fim de nos auxiliar a detectar fake news.
O problema não é simplesmente por conta do conteúdo ser falso, mas porque usuários maliciosos da internet tentam manipular nossa psicologia contra nós. Isso descreve por que a desinformação se espalha seis vezes mais rápido nas redes sociais do que uma informação confiável, seja pelas próprias pessoas ou até mesmo por uso de bots (“robôs virtuais que são programados para espalhar o conteúdo”). Além disso, nas redes sociais nós usuários tendemos a minimizar o esforço que aplicamos no processamento da informação. Isso explica por que o conteúdo mais simples é mais viral.
Apesar disso, existem algumas pistas que podem nos dizer se o autor está tentando nos enganar tirando proveito de nossa psicologia.
As pessoas costumam compartilhar fake news nas mídias sociais simplesmente porque sua atenção está em fatores não relacionados à precisão, como o desejo de agradar seguidores ou um grupo específico.
Assim, uma intervenção simples, que pede aos indivíduos que pensem sobre a precisão da notícia antes de compartilhá-la, aumenta a qualidade das notícias que as pessoas compartilham nas redes.
A internet é uma ótima ferramenta para fazer pesquisas, mas é importante garantir a credibilidade das informações. A seguir eu listo algumas verificações simples que podem nos ajudar:
1 – Quem?
- Quem publicou essas informações?
- Quem publicou têm experiência direta com o tema? Grandes organizações? Governos? Academia científica? Um especialista?
2 – O que?
- Qual é a ideia principal do conteúdo, as alegações são apoiadas por evidências? Procure por conteúdos com informações de suporte e uma lista de fontes verificáveis sobre o que se trata.
3 – Onde?
- Onde você encontrou a informação? Analise a fonte de suas informações e verifique se vem de origens que são confiáveis.
- Se estiver usando um site: procure ver se é um site oficial com domínios como .gov, .edu, ou se é o original de um especialista, jornal ou jornalista confiável.
- Se estiver assistindo a um vídeo, pesquise sobre quem é o autor da fala e pesquise principalmente se é uma versão completa, não se deixando ser enganado por cortes.
- Considere se outros meios de comunicação credíveis e convencionais estão relatando as mesmas notícias. Se não forem, isso não significa que não seja verdade, mas significa que você deve ir mais fundo.
4 – Quando?
- Quando a informação foi escrita? Certifique-se de que as informações ainda são relevantes ou se elas fornecem algum contexto histórico se for um conteúdo antigo.
5 – Por quê?
- Qual foi a razão por trás da publicação do conteúdo?
- Quem publicou tem algo a ganhar com isso? Tente identificar o objetivo por trás do conteúdo e analise se ele não parece ser tendencioso.
6 – Use um site de verificação de fatos:
Alguns dos mais conhecidos incluem:
- E-Farsas (e-farsas.com) é o mais antigo serviço de verificação de notícias falsas, lançado em 2001. Uma só pessoa, o ex-pedreiro e hoje Analista de Sistemas, Gilmar Lopes, é responsável por investigar os fatos e publicar os posts com eventuais desmentidos.
- Boatos (boatos.org) é um site criado pelo jornalista Edgard Matsuki
- Fake Check – Detector de Fake News (nilc-fakenews.herokuapp.com) é uma plataforma criada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
- Aos Fatos (aosfatos.org) é uma agência especializada na checagem de fatos também membro da IFCN e contratada pelo Facebook. Os jornalistas identificam informações públicas de acordo com a relevância e trabalham para verificar as fontes originais e classificar em sete categorias: verdadeiro, impreciso, exagerado, distorcido, contraditório, insustentável e falso.
- Agência Pública (apublica.org), agência de jornalismo investigativo fundada por mulheres em 2011.
- Comprova (projetocomprova.com.br) é um projeto de checagem de fatos que conta com o trabalho em equipe de jornalistas de 24 diferentes veículos.
- Fato ou Fake (g1.globo.com/fato-ou-fake) é uma iniciativa do Grupo Globo para verificar conteúdo suspeito nas notícias mais compartilhadas da internet.
BÔNUS: Não confie em notícias que tentem gerar alguma emoção ou apelar aos seus valores morais
Como dito inicialmente, nossas emoções influenciam fortemente nossos processos mentais e nossa tomada de decisão através da psicologia e é por isso que os criadores de fake news tentam explorá-las, apelando diretamente para nossas emoções tentando gerar engajamento através da raiva, do medo ou da tristeza e assim cegar a racionalidade.
Esses criadores de fake news também aplicam algumas estratégias emocionais que nos fazem sentir que nossa identidade social – nossa nacionalidade, nosso gênero, nossas opiniões – estão de alguma forma em perigo, criando a sensação de inimigos externos ao nosso grupo que ameaçam nossa própria existência. Mais uma vez, esse sentimento de ser atacado ativa mecanismos em nossa psicologia que fazem reduzir o pensamento racional e nossa capacidade de discernir entre o que é real e o que é falso.
Conclusão
Faça a sua parte, se as notícias que você está lendo provocam muitas emoções, pode ser um grande sinal de que você está sendo um usuário enganado. Verifique várias fontes antes de confiar em um conteúdo e compartilhá-lo.
Atualmente foco meu trabalho no desenvolvimento de sistemas por meio de testes, análises e criação de funcionalidades para Interface Gráfica do Usuário (GUI) ricas em UX Design e Segurança Criptografada.
Possuo graduação em Sistemas de Informação pela UNESA (2017) e pós graduação em User Experience (UX) e Design de Experiências na UNESC.