A Prefeitura de Maricá recebeu, nesta quinta-feira (16), uma comitiva com 50 executivos de seis países africanos (África do Sul, Malawi, Etiópia, Zimbábue, Zâmbia e Ilhas Maurício) para visita técnica a projetos de inclusão social, desenvolvimento urbano e ao potencial turístico da cidade.
A recepção foi organizada pelas secretarias de Turismo, Comércio, Indústria e Mercado Interno; Relações Internacionais; Economia Solidária e Empreendedorismo Social, além da Empresa Pública de Transportes (EPT) e do Banco Mumbuca, onde ocorreu a primeira parte do encontro. “Maricá sempre estará com as portas abertas para nossos irmãos africanos”, afirmou o secretário de Relações Internacionais, Jorge Castor.
No Auditório Manoel Lago, os visitantes assistiram a uma apresentação sobre a Moeda Social Mumbuca. “A Moeda Social Mumbuca representa cerca de 20% da economia local, impactando pouco mais de 70% da população”, destacou o secretário Matheus Gaúcho. “Essa é uma política pública de inclusão de uma população a um sistema financeiro justo e acessível”, completou a presidente do Banco Mumbuca, Manuella Mello.
A comitiva também conheceu indicadores sociais e dados da Tarifa Zero, sistema de transporte gratuito da cidade. A apresentação abordou integração de modais, impacto socioeconômico e modelo de gestão. “Já imaginaram viver em uma cidade que respeita essa cidade? Aqui em Maricá, não é necessário gastar dinheiro com um direito, que é o direito de ir e vir. Aqui, temos ônibus e bicicletas tarifa zero”, disse o presidente da EPT, Celso Haddad.
Em seguida, os executivos visitaram o Terminal Rodoviário do Povo de Maricá, no Centro, onde acompanharam a operação da frota de ônibus e receberam informações sobre manutenção, tecnologia, rotas e gestão.
À tarde, conheceram a Orla de Ponta Negra, incluindo o Canal e o Farol, ponto de observação onde se vê a curvatura da Terra a olho nu. O objetivo foi apresentar o potencial de Maricá em desenvolvimento sustentável e economia do mar.
“Precisamos ter uma matriz econômica alternativa pensando os próximos 30 anos. A orientação do prefeito Quaquá é reduzirmos a dependência dos royalties de petróleo. O turismo é uma dessas alternativas. Temos um plano de desenvolvimento turístico sustentável, Plano Maricá 2030, em que a gente está desenvolvendo e fortalecendo as agendas de eventos e de promoção turística, sobretudo na baixa temporada”, explicou o secretário José Alexandre Almeida.
De volta ao Centro, os executivos participaram de uma apresentação sobre iniciativas de apoio ao empreendedorismo popular e à economia solidária. A comitiva elogiou as ações e demonstrou interesse em aprofundar a cooperação técnica com o município.
“Quando me contaram sobre transporte público gratuito, eu não acreditei que isso pudesse ser possível aqui no Brasil por conta da quantidade de pessoas. A experiência da Moeda Mumbuca também é algo que chama atenção. Conversando com o diretor do Banco Central da Angola e o diretor de um banco falido, eles ficaram surpresos com as soluções que foram implementadas aqui”, disse Rui Mucaje, presidente da Câmara de Comércio Afro-Brasileira.
Esse não é o primeiro intercâmbio entre Maricá e o continente africano. Em julho, a cidade foi a única do Brasil a participar oficialmente da Feira Internacional de Luanda (FILDA), maior evento multissetorial de negócios de Angola. Maricá apresentou seu potencial turístico e econômico em estande próprio.



