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11/11/2024 — 03:37
  (Horário de Brasília)

Clínica instaura comissão para investigar psicólogo suspeito de tentativa de estupro em Cabo Frio

Unidade divulgou uma nota reforçando o posicionamento diante da situação. Caso foi registrado no último dia 11

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Nesta quinta-feira (24), a clínica AmorSaúde, onde Roberto Felipe Leal de Souza, psicólogo acusado de tentativa de estupro contra uma paciente durante uma sessão no último dia 11, em Cabo Frio, emitiu uma nota informando que uma comissão interna foi instaurada para apurar os fatos com rigor. A vítima foi ao Ministério Público nesta sexta-feira (25) para fazer uma denúncia formal sobre o ocorrido.

Ainda na nota, a clínica destacou que “repudia veementemente qualquer tipo de conduta que viole os direitos humanos, a ética profissional ou que coloque em risco o bem-estar dos pacientes” e que, assim que os responsáveis pela unidade tomaram ciência da situação, o profissional acusado foi imediatamente afastado, com sua agenda suspensa no estabelecimento, enquanto as investigações estão em curso.

A clínica também declarou que, durante o processo conduzido pela comissão interna instaurada, tem como objetivo apurar os fatos com rigor e transparência, em total colaboração com as autoridades competentes. “Estamos comprometidos em manter um ambiente seguro e respeitoso para todos os nossos pacientes e colaboradores. Acreditamos que todos têm o direito de receber cuidados com dignidade e respeito, e vamos garantir que esse compromisso seja sempre cumprido”, pontuaram os responsáveis pela unidade.

As diligências sobre o caso tiveram início na última terça-feira (22), quando responsáveis pela clínica AmorSaúde e Roberto, o psicólogo suspeito de tentativa de estupro, foram intimados a depor na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Cabo Frio.

Um dia após a realização do boletim de ocorrência por parte da vítima, segundo a clínica, uma guarnição foi ao estabelecimento, questionou sobre as imagens de segurança e realizou a intimação. Nesta quinta-feira, a vítima esteve na sede do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) para formalizar uma denúncia contra o profissional.

O caso está sendo acompanhado pelas coordenadoras do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) da cidade.

Relembre o caso

O que era para ser uma ida ao psicólogo para enfrentar as cicatrizes do passado, tornou-se um verdadeiro pesadelo para uma mulher de Cabo Frio. A paciente, que prefere não se identificar, denuncia que durante a segunda sessão de terapia, sofreu uma tentativa de estupro por parte do terapeuta, Roberto Felipe Leal de Souza.

A mulher, de 38 anos, havia iniciado o tratamento na clínica no dia 1º de outubro, buscando ajuda para lidar com traumas de um abuso sexual ocorrido na infância.

Na primeira sessão, de anamnese, ela apenas compartilhou parte de sua vida e o terapeuta recomendou um livro antes de agendar a consulta seguinte para dez dias depois. Nesse período, a mulher afirma ter notado comportamentos pouco peculiar por parte do profissional, que enviava mensagens frequentes por aplicativo de mensagens, alegando serem de uma lista de transmissão, mas com um conteúdo que parecia direcionado a ela. A vítima, que nunca teve contato com psicólogos antes, achou que era comum, e não interviu.

Na segunda sessão, dia do ocorrido, a paciente relatou ter encontrado o psicólogo vestido com uma capa de super-herói, o que ele justificou dizendo que havia atendido uma criança anteriormente. Durante a consulta, a mulher tomou coragem e decidiu falar sobre o abuso que sofreu na infância, momento em que o terapeuta começou a elogiá-la excessivamente, perguntando se ela algum “relacionamento íntimo” e a chamando de “linda” e “cheirosa”, dentre outros elogios.

A vítima relata que as coisas teriam ficado ainda mais estranhas ao fim da sessão, quando Roberto teria insistido que ela não poderia sair sem um abraço. A mulher afirma que o aperto foi excessivamente forte e, em determinado momento, o coração dele começou a acelerar sem razão aparente. Inicialmente, ela pensou que poderia ser uma “terapia do abraço”, mas a situação piorou.

A paciente afirma que, em seguida, o terapeuta a pressionou contra a parede e a beijou de língua, tentando avançar ainda mais, conforme relato. O profissional também teria passado a mão pelo corpo da vítima, tentando, ainda, colocar a mão por dentro da roupa, além de proferir palavras obscenas.

Em determinado momento, a vítima conta que mandou ele parar, mas sem sucesso. Posteriormente, conseguiu se desvencilhar, ansiosa para sair do local. Entretanto, antes de fugir, ele teria afirmado que isso fazia parte da terapia, “pois ela precisava de um homem” e teria pedido que lavasse o rosto para que “as pessoas não pensassem algo errado dela”.

O RC24h entrou em contato com o Roberto Felipe Leal de Souza, que, em resposta, negou as acusações, afirmando, inicialmente, desconhecer do que se tratava. Ao ser comunicado sobre o nome da vítima, disse que iria procurar seus advogados e comparecer à delegacia para esclarecer a situação.

Ludmila Lopes

Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.

É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.

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