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segunda-feira, setembro 16, 2024
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Caso brigadeirão: após morte, cigana presa em Cabo Frio rompeu com namorada da vítima para não ser incriminada

Suyane Breschak é suspeita de ser a mandante do crime, executado por Julia Cathermol Pimenta. Polícia Civil indiciou as duas e mais quatro pessoas

A Polícia Civil do Rio concluiu que Julia Andrade Cathermol Pimenta e a cigana Suyany Breschak planejaram a morte do empresário Luiz Marcelo Ormond, em maio, durante um mês. Depoimentos colhidos na investigação mostram que as duas se conheciam há mais de 10 anos. No entanto, seis dias depois do corpo de Ormond ser encontrado em estado avançado de decomposição no próprio apartamento, no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, Suyane, que foi presa em Cabo Frio, rompeu com Júlia por medo de ser incriminada.

Àquela altura, a polícia já investigava o caso e as duas já tinham prestado os primeiros depoimentos. O relatório final do inquérito mostra uma troca de mensagens entre Suyane e Julia em que a cigana passa a imputar a morte de Luiz Ormond exclusivamente à namorada dele. Os trechos foram obtidos em prints na galeria de fotos do celular de Suyany, datados de 26 de maio.

SUYANY: “[…] você que matou o cara e me falou só depois. Tá me colocando? […]”.

JULIA: “Cara, como assim?”

SUYANY: “[…] verdade que você simplesmente fez sozinha como fez. Ninguém mandou você fazer”.

JULIA: “Não to acreditando que você tá fazendo isso comigo”.

SUYANY: “Voce matou uma pessoa, cara. E eu não te cobrava o trabalho, deixava você me pagar parcelado por mês […]”.

JULIA: “Vc tá mandando tudo isso pra se livrar e mostrar como prova… Nao acredito q você tá fazendo isso, velho… Você sabe q não foi assim. Eu esperava tudo de qualquer pessoa, menos de voce”.

SUYANY: “[…] Eu q não esperava isso de você q te ajudei a 12 anos. Pra você colocar eu como se eu tivesse matado? […] Por causa de um carro que você não falou”.

JULIA: “Vc sabe q não é essa a historia… Mas tá bem”.

SUYANY: “Julia, tenho todos os comprovantes e todos os trabalhos de amarração q você pediu de limpeza de tudo. Inclusive, a carta que você me deu quando entregou o carro […]”.

JULIA: “Vc é minha mãe de santo… você está distorcendo a história…”.

SUYANY: “[…] Eu matei a pessoa? Eu mandei você matar? Eu sabia da morte? […] E fala pros policiais aonde você enfiou as coisas porque estão dizendo que estão comigo e dizendo q você saiu de lá cheia de coisas”.

JULIA: “Parei por aqui. De verdade não esperava isso de você… fica bem! E espero que as entidades estejam vendo isso […]”.

No dia anterior, em 25 de maio, Suyany alertou Julia sobre o suposto fato de os celulares delas estarem sendo vigiados.

JULIA: “Tem filmagem. Mas eu fiz tudo certinho po […]”.

SUYANY: “Júlia lembra que eu falei que essa porra tá clonada caralho […]”.

Para a polícia, a postura de Suyany sugere que ela pretendia criar provas para distorcer os fatos, já que todos os elementos reunidos indicavam que ela teria recebido os bens de Luiz Marcelo no dia 18 de maio, em Araruama.

Nessa sexta-feira, a Polícia Civil indiciou seis pessoas, entre elas, Julia, por oito crimes: homicídio por motivo torpe com emprego de veneno e com uso de traição ou emboscada; apropriação de bens; vendas de armas de fogo; estelionato; associação criminosa; fraude processual; falsidade ideológica; e uso de documento falso. As outras são Suyane (por todos os crimes, exceto uso de documento falso); Leandro Jean Rodrigues Cantanhede, namorado da cigana; Victor Ernesto de Souza Chaffin, preso com o carro de Luiz Ormond; e outros dois homens, que teriam que comprar as armas de fogo da vítima no mercado ilegal.

Relembre o caso

O empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond foi encontrado morto no dia 20 de maio, em avançado estado de decomposição, no apartamento onde morava, no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio. O cheiro chamou a atenção de vizinhos, que acionaram o socorro. A suspeita é que o empresário tenha morrido três dias antes, no dia 17, após comer um brigadeiro feito pela então namorada, Julia Cathermol Pimenta.

A necrópsia encontrou um líquido achocolatado no estômago de Ormond, e uma perícia mais detalhada apontou a presença de morfina e do ansiolíticos no trato gástrico do homem. A polícia considera que a alta dosagem dos remédios matou Ormond em menos de meia hora.

A motivação do crime, segundo a investigação, seria exclusivamente financeira. Júlia acumulava dívidas de cerca de R$ 600 mil com Suyane, por trabalhos espirituais.

MTb 0022570/MG | Coordenadora de Reportagem  Site do(a) autor(a)

Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.

Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.

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