A casa do ex-prefeito, educador, advogado e cronista Edilson Duarte, localizada na Avenida Teixeira e Souza, em Cabo Frio, foi demolida neste fim de semana, após autorização concedida pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (CMUPAC). O imóvel, considerado por muitos como um símbolo da memória política e educacional da cidade, dará lugar a um novo empreendimento comercial.
A decisão de demolição foi tomada após a venda do imóvel pela família do ex-prefeito. O novo proprietário solicitou autorização ao CMUPAC, que deliberou favoravelmente ao pedido em reunião realizada no último dia 25. Na ocasião, a maioria dos conselheiros decidiu arquivar o processo de tombamento do imóvel, aberto em 2024 pelo então secretário de Cultura, Márcio Lima Sampaio.
Enquanto representantes das secretarias municipais e da Câmara de Vereadores se manifestaram a favor da demolição, órgãos de preservação como o Iphan e o Inepac recomendaram estudos mais aprofundados sobre o valor histórico e arquitetônico da casa, pedindo cautela na decisão. Ainda assim, a proposta de tombamento foi arquivada e a demolição foi autorizada.
A casa foi derrubada em um fim de semana, o que gerou críticas por parte de representantes da sociedade civil, que veem na ação uma estratégia para evitar questionamentos legais em tempo hábil.
“Mais um patrimônio, lugar de memória, esquartejado, destruído, morto ao chão em Cabo Frio. A casa do ex-prefeito e professor Edilson Duarte virou escombros, pó. Pelo maquinário de hoje, e destruição completa em pleno fim de semana (quando a Justiça e Ministério Público estão fechados), alguma grande construtora deverá se instalar no local, com mais algum prédio sem sentido — como tantos vazios, sem arquitetura, ‘comercial’”, lamentou Lucas Muller, ex-vice-presidente do CMUPAC e representante da ONG Cabo Frio Solidária.
