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Câmara de Saquarema pode revogar homenagem a PMs envolvidos em caso de estupro

Caso seja comprovada omissão dos agentes, homenagem para os agentes deverá ser revogada

A Câmara Municipal de Saquarema pode retirar a medalha Cleyson da Costa Almeida concedida a dois policiais militares, caso seja confirmada a omissão deles no estupro de uma jovem de 18 anos ocorrido na semana passada.

Diogo Viana Lourenço e Sanclair Marinho Antunes Corecha receberam a honraria no dia 4 de abril por seus feitos, comportamento exemplar e atos de coragem e bravura no cumprimento do dever, além de relevantes serviços prestados à população.

Os policiais foram homenageados por localizarem uma adolescente de 14 anos que estava desaparecida. O vereador Abraão da Melgil (DEM) publicou nas redes sociais, há três semanas, fotos entregando as medalhas e chamando os agentes de “heróis” que “arriscam suas vidas em prol dos cidadãos”.

Em nota, a Câmara Municipal de Saquarema declarou que aguarda a apuração dos fatos, observando o devido processo legal, e que entrará em contato com a Corregedoria da Polícia Militar para acompanhar as investigações e revogar a homenagem se for comprovada a omissão no dever de agir perante a vítima. A Casa também repudiou “toda e qualquer ação de violência contra a mulher”.

ENTENDA SOBRE O CASO

A jovem que acusa os PMs do 25º BPM (Saquarema) de estupro prestou depoimento detalhado à polícia, relatando ter sido estuprada por 20 minutos, xingada, algemada e ameaçada de morte pelo cabo Gerson Jucá Rolim de Paula. A vítima afirmou que o agressor não usou preservativo e que ouviu de outro policial que “ele não perde essa mania”, insinuando que o PM tem essa conduta rotineiramente. A jovem também disse ter visto o agente que a estuprou usando cocaína na viatura.

O cabo da PM Gerson Jucá Rolim de Paula / Reprodução/ Jornal Extra

A Corregedoria da Polícia Militar prendeu, nesta segunda-feira (1º), quatro agentes suspeitos de envolvimento no estupro, incluindo Alexsander Moreira de Simas, Gerson Jucá Rolim de Paula e os homenageados Diogo Viana Lourenço e Sanclair Marinho Antunes Corecha. A vítima afirma ter sido torturada, estuprada e ameaçada com uma faca por um dos agentes.

O caso está sendo investigado pela Corregedoria Geral da PM e pela 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar. O exame de corpo de delito realizado no Instituto Médico-Legal (IML) apontou a existência de lesões corporais contusas nos membros superiores, vulva e vagina da vítima, além de vestígios de violência sexual e hematomas nos braços causados por “ação contundente”.

O advogado de defesa da jovem, Thiago Camarinha, informou que ela está trancada em casa desde a denúncia, traumatizada e com muito medo.

No dia do crime, os policiais envolvidos estavam de serviço em Saquarema pelo Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis). A vítima relatou ter ido a um bar em Bacaxá, onde presenciou a chegada de um grupo de jovens que usavam drogas na área externa. Com a chegada de um carro da PM, o grupo se dispersou. Dois PMs, identificados como Gerson Juca Quirino Rolin de Paula e cabo Simas, abordaram as duas jovens e as levaram para o carro, afirmando que a ação fazia parte do procedimento.

Conforme relato, os policiais levaram as jovens para uma região de mata, no bairro Vilatur, a seis quilômetros de Bacaxá. A vítima pediu para ir ao banheiro, momento em que o cabo Gerson Juca Quirino Rolin de Paula se ofereceu para acompanhá-la e cometeu o crime. A amiga da vítima não foi abusada nem presenciou a ação.

A vítima identificou dois agentes acusados de cometer o estupro e mais dois policiais que estavam em uma segunda viatura, que acompanhou os agentes que estavam com a vítima até um local deserto. A Corregedoria solicitou apoio à Secretaria de Segurança de Saquarema, que forneceu os dados do GPS das viaturas e as imagens das câmeras de monitoramento da cidade.

Os quatro policiais envolvidos na abordagem e condução da vítima foram ouvidos na 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar. Embora a vítima tenha identificado apenas um autor, os demais agentes que estavam no local também foram indiciados como coautores. Os mandados de prisão foram expedidos pelo Plantão Judiciário da Capital, após a Corregedoria considerar necessária a prisão dos agentes envolvidos no caso.

O material da investigação será analisado pelo Ministério Público Militar, que acompanhará o caso. Posteriormente, o processo será encaminhado à Justiça para julgamento.

Fonte: Jornal Extra

Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida e pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco.

Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.

É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.

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