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25/11/2024 — 15:04
  (Horário de Brasília)

Cadeirante é mudado de seção sem aviso prévio em Cabo Frio e dispara: “humilhação”

Elias dos Santos Mota precisou da ajuda de quatro pessoas para subir três lances de escada na Escola Municipal Edilson Duarte

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Um homem, chamado Elias dos Santos Mota, de 29 anos, denunciou, através das redes sociais, o capacitismo em relação às pessoas com deficiências físicas nas Eleições de 2022 em Cabo Frio. Neste domingo (2), o rapaz, que é cadeirante, foi surpreendido quando chegou à Escola Municipal Edilson Duarte, no bairro Jardim Caiçara, e teve sua seção mudada – sem aviso prévio. A questão é que, antes, ele votava no andar de baixo, mas agora, com a mudança repentina, precisou subir três lances de escadas. “Humilhação”, declarou nas redes sociais.

Segundo Elias, como justificativa, os ficais disseram que a mudança foi feita devido ao estado da sala, já que algumas não têm eletricidade para conectar a urna à tomada. “E jogaram a culpa em mim porque eu tenho que informar que sou deficiente no site do TRE meses antes das eleições para que me passem para uma sessão acessível, sendo que sempre fui votar ali e sempre foi na mesma sala”, contou o rapaz.

Conforme as imagens, que foram registradas pela namorada dele, Bruna Moraes, para subir, ele precisou da ajuda de outras quatro pessoas. Durante a gravação, a mulher conta que a situação é “extremamente humilhante”.

Diante do caso, de acordo com o relato, os fiscais de votação do colégio tiveram uma atitude que, conforme o rapaz, foi “absurda”. “E ainda quiseram me dar o papel de justificativa como se eu não fosse votar por estar longe do local (…)”, disse, indignado.

O casal criticou a falta de informação à população em relação a esse tipo de caso. “Ficamos revoltados porque mais pessoas vão ficar sem votar hoje. Idosos, pessoas com outras deficiências, etc. Vimos várias outras pessoas na mesma situação dele aceitando justificar voto de maneira incorreta por cansaço de ficar discutindo”, declarou.

Além disso, os dois enfatizaram o incômodo com a situação. “Uma humilhação que vivenciamos hoje, pois é dever votar, é lei votar, impedir voto é crime e o próprio sistema impede o exercício do voto? Revolta é o nome. Temos vários órgãos federais, estaduais e municipais que são responsáveis por passar informações, lutar pela causa e não vemos isso na pratica funcionar e precisamos passar todos os dias por situações assim… Nada nesse país funciona como deveria funcionar”, finalizaram.

Veja o registro:

A reportagem entrou em contato com a justiça eleitoral e pediu um posicionamento sobre o caso e aguarda o retorno.

Ludmila Lopes

Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.

É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.

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