13/10/2025 — 21:03
  (Horário de Brasília)

Cabo Frio reforça sinalização sobre riscos e proibição de alimentar gaivotas

Novas placas educativas estão sendo instaladas nas praias para alertar moradores e turistas

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Cabo Frio iniciou nesta segunda-feira (13) a instalação de novas placas e adesivos educativos sobre os riscos e a proibição de alimentar gaivotas em praias, marinas e áreas turísticas. A ação reforça as ações de conscientização sobre os riscos ambientais e sanitários associados à prática, ainda comum entre banhistas e visitantes, e que representa ameaça tanto às aves quanto ao equilíbrio ecológico.

As placas trazem orientações sobre as sanções administrativas e criminais aplicáveis à prática, conforme a Lei Municipal nº 3.487/2022, que proíbe alimentar aves ou animais exóticos em áreas públicas, com previsão de advertência e multa. O alerta também será ampliado para as marinas e no Terminal de Transatlânticos, locais de embarque e desembarque, onde ficam apoitadas as embarcações recreativas e de passeio.

“É fundamental que a população e os visitantes colaborem e entendam os riscos dessa prática, tanto para as aves quanto para o equilíbrio ambiental. A intenção é que as famílias, turistas e prestadores de serviço em geral consigam visualizar claramente a proibição de alimentar esses animais, entendam as razões e conheçam as leis que fundamentam isso. Vamos instalar sinalização em todas as praias no município, começando pela orla da Praia do Forte, Palmeiras, Peró, Conchas e também em Tamoios, nas entradas das praias, para que o alerta fique visível nas entradas e demais acessos”, destacou o secretário de Meio Ambiente, Clima e Saneamento, Jailton Nogueira.

O secretário explica que, do ponto de vista biológico, alimentar gaivotas provoca alterações no comportamento natural e no equilíbrio populacional da espécie, podendo gerar dependência alimentar e distorções ecológicas. Ao receberem alimentos processados, como biscoitos, frituras e restos de lanche, as aves deixam de buscar o alimento natural — como peixes e pequenos invertebrados — e passam a disputar comida nas áreas urbanas, tornando-se mais agressivas e propensas à transmissão de patógenos.

“Além de trazer enfermidades intestinais, a prática de alimentar as gaivotas contribui para uma domesticação do animal, que é selvagem. Por isso, a gente sempre orienta que as pessoas tirem fotos, mas não alimentem, porque esses alimentos, inclusive, podem vir a causar a morte das aves. Nossa missão é proteger a população, o meio ambiente e garantir que as gaivotas continuem fazendo parte desse ecossistema, sem a interferência humana”, reforçou Jailton.

Curtindo uma temporada em Cabo Frio, a mineira Cláudia Inácio, da cidade de Sete Lagoas, enalteceu a iniciativa.

“Eu estava comendo um espetinho de queijo, e a gaivota pegou pela metade e foi embora. Além de não ser saudável para elas, acaba incomodando os turistas e não é bom para os bichinhos, que têm uma alimentação correta. É importante proteger as praias e evitar esse hábito”, afirmou.

Para o casal Elizabeth Conceição e Alberto Cardoso, vindos de Maricá, a conscientização é fundamental para a convivência harmônica entre pessoas e fauna silvestre.

“Todos nós temos que ter consciência de não alimentá-las, porque batata, espetinho e biscoito não são alimentos para uma gaivota. Isso faz mal tanto para elas, quanto para as pessoas, porque elas passam a perseguir, ficar em volta das barracas e mesas, acostumadas com algo que não faz parte da vida delas”, disse Elizabeth.

A legislação federal também resguarda a proteção da fauna. A Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998) proíbe, em seu artigo 29, matar, perseguir, caçar, apanhar ou utilizar espécimes da fauna silvestre sem autorização, além de punir maus-tratos, ferimento ou mutilação de animais silvestres, domésticos ou domesticados.

Pier Luro
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