O constante crescimento das facções criminosas e de milícias espalhadas pelo Rio de Janeiro na última década fez com que 24 das 30 cidades com mais de 100 mil habitantes no estado atingissem índices superiores à média do Brasil. A informação é do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Na Região dos Lagos, segundo os dados do estudo, Cabo Frio é a cidade com a maior taxa de mortes violentas intencionais (MVI) em 2020, com média de 48,2 mortos a cada 100 mil habitantes, e a 5ª maior do estado. No país, essa média é 23,6. A categoria abrange homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, sem considerar mortes por intervenção policial. No total, foram 111 óbitos por MVI no ano passado.
Em seguida, surge São Pedro da Aldeia, com taxa de 47,1, sendo 50 mortos; Rio das Ostras com 44,5 – 69 mortos; e Araruama com 35,7, ou seja, 48 mortes violentas intencionais.
Ainda dentro da área de cobertura do Portal RC24h, Macaé, na Região Norte Fluminense, é a terceira cidade com o maior índice do estado: 133 óbitos no total, com taxa de 52,2 mortes a cada 100 mil habitantes. Já Maricá, na Região Metropolitana, registrou 60 mortes violentas intencionais no ano passado, com taxa de 36,5.
Confira a lista completa das cidades do RJ:
Cidade | Número de Mortos | Taxa de MVI a cada 100 mil habitantes |
Japeri | 64 | 60,6 |
Angra dos Reis | 108 | 52,2 |
Macaé | 133 | 50,9 |
Itaguaí | 67 | 49,7 |
Cabo Frio | 111 | 48,2 |
São Pedro da Aldeia | 50 | 47,1 |
Belford Roxo | 232 | 45,2 |
São Gonçalo | 489 | 44,8 |
Rio das Ostras | 69 | 44,5 |
Itaperuna | 43 | 41,4 |
Resende | 53 | 40,1 |
Queimados | 60 | 39,6 |
Magé | 95 | 38,6 |
Maricá | 60 | 36,5 |
Araruama | 48 | 35,7 |
Mesquita | 63 | 35,7 |
Barra do Piraí | 34 | 33,7 |
Duque de Caxias | 312 | 33,7 |
Nova Iguaçu | 271 | 32,9 |
São João de Meriti | 153 | 32,4 |
Volta Redonda | 85 | 31,0 |
Barra Mansa | 52 | 28,1 |
Itaboraí | 66 | 27,2 |
Campos dos Goytacazes | 130 | 25,4 |
MORTES POR INTERVENÇÃO POLICIAL
Em 2020 o país atingiu o maior número de mortes em decorrência de intervenções policiais (MDIP) desde que o indicador passou a ser monitorado pelo FBSP.
Com 6.416 vítimas fatais de intervenções de policiais civis e militares da ativa, em serviço ou fora, as polícias estaduais produziram, em média, 17,6 mortes por dia.
As mortes decorrentes de intervenção policial registradas ocorreram, majoritariamente, em serviço e com participação de policiais militares. Estes foram os autores de 72,7% das mortes, enquanto policiais civis foram responsáveis por 2,8% dos casos em 2020 – em 24,5% dos casos a informação sobre a autoria não estava disponível. 71,8% dos casos de morte decorrente de intervenção policial ocorreram em serviço e apenas 3,7% se deram fora de serviço – para 24,5% dos casos esta informação não estava disponível.
A taxa de MDIP variou bastante no Brasil em 2020, sendo a taxa média nacional de 3,0 por grupo de 100 mil habitantes. O estado do Rio de Janeiro figura em 5º lugar no ranking de taxa de mortalidade por intervenções policiais, com taxa de 7,2.
Em todo o país, 50 cidades concentram 55% das mortes decorrentes de intervenções policiais, sendo que 15 delas estão no Rio.
Cabo Frio é a única cidade da Região dos Lagos a aparecer no índice. Foram 21 vítimas fatais por intervenção policial em 2020.
Cidade | Números de Mortos | Taxa de MDIP a cada 100 mil habitantes |
Japeri | 26 | 24,6 |
Itaguaí | 33 | 24,5 |
Angra dos Reis | 40 | 19,3 |
São Gonçalo | 199 | 18,2 |
Queimados | 26 | 17,2 |
Mesquita | 29 | 16,4 |
Belford Roxo | 71 | 13,8 |
São João de Meriti | 58 | 12,3 |
Niterói | 48 | 9,3 |
Cabo Frio | 21 | 9,1 |
Duque de Caxias | 83 | 9,0 |
Magé | 18 | 7,3 |
Itaboraí | 17 | 7,0 |
Nova Iguaçu | 52 | 6,3 |
Rio de Janeiro | 415 | 6,2 |
Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.
Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.
Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.