“A obra é importante pelo seu caráter de lembrar o que é o horror de uma ditadura brutal”, diz Daniel Ericsson, “cabo-friense de alma”, que compõe o elenco do filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles.
O longa, baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, foi escolhido para representar o Brasil na disputa pelo Oscar 2025 na categoria de Melhor Filme Internacional. Com um tema central que aborda a repressão durante o regime militar, o filme já conquistou o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza e agora busca um lugar de destaque na premiação de Hollywood.
O elenco de Ainda Estou Aqui conta com grandes nomes, como Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e Selton Mello. Daniel Ericsson, natural da Suécia e radicado em Cabo Frio, dá vida a Vinicius, um agente militar envolvido na captura de Rubens Paiva. Embora tenha nascido fora do Brasil, Daniel passou a maior parte de sua vida na cidade e, atualmente, faz dela sua casa.
Formado na tradicional Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), no Rio de Janeiro, Daniel também se dedica à cena teatral da Região dos Lagos, onde é professor no Curso de TV e Teatro Marcelo Pires, com unidades em Cabo Frio e Rio das Ostras. Ele ministra aulas de interpretação e realiza oficinas e workshops, preparando novos talentos para o teatro, TV e cinema.
“Dou aulas de teatro em Cabo Frio e Rio das Ostras, além de realizar oficinas de interpretação para teatro, TV e cinema”, disse Daniel, que também está finalizando uma adaptação da obra O Sonho de um Homem Ridículo, de Dostoiévski, para os palcos.
“Tenho aluno de 5 anos e de 95 anos. Naturalmente, os alunos prestigiaram o filme, e é sem dúvida inspirador para os jovens estudantes de arte da nossa região verem artistas oriundos daqui atingindo patamares de excelência em produções grandiosas. É muito gratificante sentir que nosso trabalho pode inspirar outras pessoas.”
A história de Ainda Estou Aqui gira em torno da luta de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, para descobrir o destino de seu marido, Rubens Paiva, um deputado cassado e opositor ao regime militar, que foi preso e desapareceu na década de 1970.
“Participar do filme Ainda Estou Aqui foi uma experiência profundamente enriquecedora e gratificante para mim enquanto artista, ser humano e brasileiro”, comenta.
Com o filme representando o Brasil na corrida pelo Oscar 2025, Daniel expressa imenso orgulho do trabalho realizado e destaca a importância do reconhecimento internacional. “É honroso ver o mundo todo, os festivais, a academia, reconhecendo o valor do trabalho. Mas tem um gosto de redenção ver o Brasil se orgulhar de si contando o avesso de sua história”, disse.
Ele ainda vislumbra um futuro promissor para o cinema nacional, apostando que a aclamação do filme seja apenas o começo de uma nova era de valorização da produção brasileira no cenário global.
“A aclamação que o filme está recebendo é um sinal de que o público brasileiro está abraçando o cinema nacional. Que este seja o início de um ‘brazilian storm’ na sétima arte”, finalizou.
